Boa Leitura a Todos!!!
Em primeiro lugar podemos destacar o darwinismo social e biológico, adotado como modelo científico para explicar a realidade social, configurando, assim, idéias como a de uma luta universal dos organismos pela sobrevivência e, derivação necessária, de uma hierarquia natural que dividiria a humanidade em raças superiores e inferiores.
Tal idéia de segregação racial era apoiada pelas elites brasileiras que ainda possuíam resquícios das ideologias do período escravocrata. O professor Thomas Skidmore analisa o processo de segregação racial a partir de um estudo dos teóricos brasileiros no período de transição entre o período escravocrata e o de mercado de trabalho livre onde fica clara a influência da teoria européia de embranquecimento nas obras dos autores brasileiros.
Além disso, teorias como o anti - semitismo e de segregação social também estavam incutidos na sociedade brasileira. Um bom exemplo disso é o período compreendido como “Belle Époque” onde as classes populares ficaram a margem dos grandes centros urbanos construídos nos primeiros anos do século XX, ou durante a ditadura de Getúlio Vargas, onde judeus foram depreciados, espancados e deportados por autoridades do governo, como bem mostra Maria Luiza Tucci em seu livro O anti-semitismo na era Vargas.
Com isso temos na eugenia uma tentativa de modificar boa parte dos modelos étnicos e sociais do período estudado, na tentativa de construir sociedades mais desenvolvidas arianas e ricas, tomando o padrão europeu como base para o nosso país.
Segundo estatísticas de 2000, 16 crianças e adolescentes foram assassinados por dia, em média. Desses mortos, 14 tinham entre 15 e 18 anos. Desse total, 70% eram negros. Os negros só perdem para a população indígena na taxa de mortalidade infantil.
Fonte: Relatório "Estudo das Nações Unidas sobre a Violência contra Crianças
Preconceito de professores é entrave para ensino de história afro-brasileira, aponta educadora.
"Nós, professores, temos recebido apoio do governo federal e das secretarias [estaduais e municipais]de Educação para trabalhar o tema em sala de aula. Falta agora a iniciativa de cada professor. Trata-se de um processo de mão dupla, onde os governos fazem a lei, dão o incentivo e os educadores devem corresponder fazendo a sua parte", afirmou a educadora.
"Do contrário, a Lei estará sempre engavetada", completou Ana, referindo-se a Lei 10.639 que, desde 2003, estabelece a obrigatoriedade do no país do ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas públicas e particulares do Ensino Fundamental e Médio.
Também para Lenize Martins, diretora da Escola Municipal Professora Percília do Nascimento Souza, localizada na zona Oeste de Manaus, o preconceito é o maior entrave a aplicação da lei e o papel da escola é combatê-lo. "Vivemos uma época onde é preciso reconhecer que o preconceito racial existe e ultrapassá-lo.
O trabalho pesado feito pelos primeiros negros no Brasil não é reconhecido como base para o início da construção da sociedade brasileira. Toda escola é formadora de opiniões e local de cidadania. Nesse sentido, tem papel fundamental para o esclarecimento sobre as diferenças existentes na sociedade e para a extinção de preconceitos", apontou a gestora.
Ela conta que, para conscientizar alunos e a comunidade local sobre a importância de conhecer e valorizar a história e a cultura afro-brasileira, a escola decidiu esse ano mudar a forma de abordar o Dia da Consciência Negra, celebrado na próxima quarta-feira, 20.
Há vários dias, os aproximadamente 500 alunos, do 1º ao 5º ano da escola, estão sendo mobilizados para apresentar uma série de pesquisas sobre os costumes, o vocabulário, a culinária e a influência do negro no Brasil numa feira cultural aberta à comunidade.
De acordo com Lenize, a iniciativa representa uma ação localizada, mas que pretende contribuir para o cumprimento da Lei 10.639 promover a discussão sobre a questão racial na sociedade. "Até o ano passado, o Dia da Consciência Negra, era trabalhado apenas como hora cívica. Estamos ampliando o tratamento desse assunto na escola e este ano decidimos fazer um evento maior.
Pais, pessoas da comunidade e outros estudantes interessados também poderão participar. Nossa escola estará de portas abertas e com isso esperamos contribuir para uma melhor divulgação do assunto", concluiu.
Em todo o estado do Amazonas, há cinco anos, é realizada a Semana da Consciência Negra, que reúne diversas atividades relacionadas às questões afro-brasileiras. As ações são realizadas de forma coletiva por entidades representadas no Fórum Permanente de Afro-Descendentes do Estado (Fopaam). Segundo a entidade, estima-se que pelo menos 30% da população amazonense seja de descendência negra.
FONTE: http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=5222
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