domingo, 28 de junho de 2009

Projeto: "Vem Conhecer"

Por: Gabriel Alex

"Em todo tempo ama o amigo; e na angústia nasce o irmão"
Provérbios 17:17


"Vem conhecer" é uma idéia estrategista que servirá para mobilizar as comunidades carentes relacionando com outros grupos sociais. Fazendo com que haja uma interação coletiva, guiada por valores educacionais, culturais, artísticos e religiosos.

Dentro das comunidades existem movimentos diversos produzidos pelos próprios comunitários. Alguns até marcados por uma larga abrangência voltada para o lazer, educação cultural, nas quais provoca o bem-estar de todos.


Entretanto, tais movimentos ainda estão bastante isolados nas suas próprias comunidades, isso acontece, até pelo fato da existência de altos índices de violência, relacionado aos julgamentos de muitos em relação aos próprios moradores dessas comunidades, causando uma generalização e até mesmo uma convivência estigmatizada dentro desses locais. Com isso irá acarretar em uma desconstrução nas relações entre bairros vizinhos, devido a esse medo provocado por interpretações que em muitos casos, surgem através do preconceito.

Com isso, o projeto “Vem Conhecer” almeja abrir as portas. O objetivo real é fazer com que as pessoas de outros níveis sociais façam parte desses movimentos que existem nas comunidades carentes.

Realizando assim uma seqüência de eventos e apresentações de todos os grupos existentes, (hip-hop, Dança de rua, artes plásticas, capoeira, grupos musicais, artesanato etc.). As apresentações serão feitas nos seus bairros de origem, ao ar livre, com o simples objetivo de mostrar o potencial artístico, criativo e humano desses bairros que em muitos momentos são “condenados pelos veículos midiáticos” e posteriormente pela própria sociedade.

Com a meta de desconstruir a segregação social existente entre bairros, o presente projeto iria não somente instigar a criação artística e cultural de um bairro, mas iria contribuir com o turismo local, ampliando ainda mais as opções de lazer dentro de uma cidade.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Comentários sobre o Plano Nacional de Juventude


Com o processo de formação do Plano Nacional de Juventude, ficou clara a preocupação institucionalizada da União em concretizar Políticas Públicas que contemplem uma significante parcela da população brasileira, a juventude.

Elencando o jovem como aquele cidadão que se enquadra na faixa etária de 15 a 29 anos, o documento ressalta a importância da concretização de Políticas Públicas de Juventudes não somente pelo governo federal, mas também, fortalece a responsabilidade dos estados e municípios e que esses construam cada vez mais um fecundo diálogo entre instituições publicas e jovens, fomentando a participação juvenil na construção dessas políticas.
Nessa conjuntura o presente documento servirá como parâmetros a fim de guiar as demais instâncias políticas para que essas programem suas próprias Políticas de Juventude no âmbito local.

Tendo a duração de 10 anos, o presente documento também ressalta a importância dos Conselhos e Fóruns de juventudes, como uma ferramentas política para a divulgação e efetivação do Plano, alem de fiscalização e consultas do âmbito político, no que diz respeito a utilização de recursos públicos destinados a projetos sociais voltados para a população jovem.

Podemos dizer que, os debates realizados entre alguns parlamentares brasileiros, preocupados sobre a consolidação de políticas publicas de juventude, foram os primeiros passos para a efetivação de políticas, a fim de, amadurecer ainda mais a necessidade de se oferecer os marcos legais para o surgimento institucional de políticas concretas para a construção de uma realidade mais otimistas para os jovens brasileiros.

Os debates foram feitos entre Sociedade Civil Organizada e Parlamentares. Os eventos promovidos com essa temática tornaram-se espaços de maior atração de setores juvenis, a ponto de se criar um esboço de um Plano Nacional de Juventude, e posteriormente, a realização de uma Conferência Nacional de Juventude, ampliando notoriamente o diálogo e a vontade de se construir um documento que representasse os anseios das juventudes do Brasil.

Eis que surge o Plano Nacional de Juventude, um notório símbolo que representa de forma literal que discutir sobre a juventude brasileira, não se enquadra mais naquela concepção que o jovem é apenas o futuro do país. Encontramos-nos alem dessa visão, uma vez que, debater políticas públicas destinadas a jovens é dizer que a juventude também é o presente do país.

Com isso, é importante salientar a analogia que o Plano faz em relação a juventude e desenvolvimento em várias esferas. Definindo que a Política Publica de juventude é uma política de Estado e não de governamental.

Assim, é de fundamental importância a presença de redes de jovens para a efetivação de Políticas Publica de Juventudes. Fazendo assim uma reflexão sobre como anda a participação do jovem no debate político local. Ampliando o debate para além das atuações das “juventudes partidárias” identificando a existência de outras manifestações coletivas de jovens nas diversas localidades. Esse processo, não minimiza as contribuições que as juventudes aglutinadas em torno de partidos políticas trazem ao debate sobre a consolidação dessas Políticas Publicas, mas, adverte a necessidade sobre a ampla participação dos diversos grupos juvenis na efetivação de planos de juventude, para que as políticas deliberadas, posteriormente, contemplem de forma literal os jovens do país, de um estado ou de um município. É preciso destacar que o Protagonismo Juvenil é a ferramenta fundamental para o sucesso de uma Política Publica de Juventude. Não adianta formular política para o jovem, é preciso anexá-lo a política.

sábado, 20 de junho de 2009

Rango - Edgar Vasques




RANGO, O HEROI DO NOSSO TEMPO
[...]Recusando a alienação, o caricaturista Vasques combate a miséria com sa grandes e nobres armas de que dispõe: pena, tinta, espírito de solidariedade humana... e talento .¹
Érico Veríssimo, 1974.

¹ Comentário extraído do livro Rango, L&PM pocket.




quinta-feira, 18 de junho de 2009

APED diz que decisão do Supremo ‘rebaixa’ exercício do jornalismo no Brasil

O presidente da Associação Pernambucana dos Estudantes de Direito (APED) Jair Inácio, considerou um “prejuízo imenso e histórico” para a categoria a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que hoje (17) declarou inconstitucional a obrigatoriedade do diploma em curso superior específico para o exercício da profissão de jornalista no Brasil. O Ministério do Trabalho não pode mais exigir o diploma para conceder registro de jornalista a qualquer cidadão.




“Aparentemente, não precisa de nenhum critério. Inclusive pessoas sem formação escolar, analfabetas, podem obter o registro de jornalista. Não sei se o STF tomou pé do nível de rebaixamento em que coloca o jornalismo no Brasil neste momento”, criticou Inácio.

A APED também lamentou a argumentação usada pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em seu voto. Ele foi o relator do recurso ajuizado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF) contra uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que tinha afirmado a necessidade do diploma.

“O presidente do STF desrespeitou os jornalistas brasileiros, ao dizer que esta atividade tem a mesma dimensão da culinária e do corte e costura”, disse Inácio. “ Por que, então, não permitir que um cidadão sem advogado possa se defender perante uma Corte?”, comparou, em alusão à formação profissional exigida dos advogados.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

“A Afro-Religiosidade da Nação Xambá em Pernambuco”


Aproveito esse artigo para demonstrar e reconhecer a importância que tem uma sociedade afro-brasileira para a cultura de Pernambuco. A sociedade religiosa africana Santa Bárbara – Nação Xambá, tem uma história de preservação da cultura afro-brasileira, este centro existe desde 1930, onde passou um período sem funcionar, assim como todas as demais casas de candomblé do estado, por volta de 1938 a 1945. Retomando as suas atividades religiosas a partir do processo de redemocratização do país.

Após o falecimento da mão “Biu”, o centro passou a realizar algumas atividades culturais, essas atividades começaram com a implantação do museu ou memorial (Severina Paraíso da Silva, mãe “Biu”), que foi responsável pela reabertura da casa em 1950, e é responsável por tudo que se ver construído hoje no terreno. Embora mãe “Biu” não tenha sido a fundadora da casa, sem dúvida ela é uma importante figura histórica para o centro.

Esse memorial tenta contar a história da casa e também da mãe “Biu”. A partir daí, esse local passou a ser um ponto de referência, tanto é, que muitos turistas quando querem conhecer alguma casa de candomblé, na maioria das vezes, são direcionadas para este memorial, que é o único em uma comunidade religiosa de origem africana no estado de Pernambuco.

Além das atividades que são realizadas neste local, o mesmo promove debates, palestras e seminários. É a partir desse tipo de trabalho cultural que ao longo desses 76 anos de luta contra a intolerância religiosa, foi concebido um título de quilombo urbano em Pernambuco. Este título foi conseguido pela senhora Bernadete Lopes, que ocupa uma importante posição na Fundação Palmares, ligado ao Ministério da Cultura.

Esse foi primeiro título de quilombo urbano do estado de Pernambuco que no dia 15 de setembro de 2006, o presidente da Fundação Palmares, Ubiratam Araújo, assina o reconhecimento da comunidade religiosa Santa Bárbara, remanescente quilombola. A nação Xambá passa a ser o primeiro quilombo urbano do estado e o terceiro do país. Uma vez que, as dezenas de quilombos existentes em Pernambuco tam a sua origem ligada às áreas rurais.

O reconhecimento pela importância religiosa, histórica e cultural, fez com que esta comunidade do portão de gelo, que fica localizada na cidade de Olinda, no bairro de São Benedito, passasse a receber do Governo Federal uma verba extra para o auxílio e manutenção, tanto para a casa, quanto para a própria comunidade do bairro. Fato constatado, tendo em vista, as melhoras do saneamento básico, as entregas de cestas básicas, aulas de consciência negra e curso de percussão. Enfim, este título é de singular importância para os membros do candomblé, em especial, a Sociedade Religiosa Africana Santa Bárbara – Nação Xambá.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Eugenia no Brasil - Debatendo à luz da História

Esse pequeno texto é de autoria do professor de História Afro-brasileira, Wellington Lima. Eis uma pequena proposta para instrumentalizar um pouco mais sobre o debate sobre a questão racial do Brasil.

Boa Leitura a Todos!!!




Eugenia no Brasil
Compreender o que foi e como se proliferou a eugenia no Brasil entre 1880 e 1940 requer um estudo global das tendências ideológicas sobre a espécie humana na época. Isso é possível a partir da análise das teorias dos estudiosos e da elite nesse período.

Em primeiro lugar podemos destacar o darwinismo social e biológico, adotado como modelo científico para explicar a realidade social, configurando, assim, idéias como a de uma luta universal dos organismos pela sobrevivência e, derivação necessária, de uma hierarquia natural que dividiria a humanidade em raças superiores e inferiores.

Tal idéia de segregação racial era apoiada pelas elites brasileiras que ainda possuíam resquícios das ideologias do período escravocrata. O professor Thomas Skidmore analisa o processo de segregação racial a partir de um estudo dos teóricos brasileiros no período de transição entre o período escravocrata e o de mercado de trabalho livre onde fica clara a influência da teoria européia de embranquecimento nas obras dos autores brasileiros.

Além disso, teorias como o anti - semitismo e de segregação social também estavam incutidos na sociedade brasileira. Um bom exemplo disso é o período compreendido como “Belle Époque” onde as classes populares ficaram a margem dos grandes centros urbanos construídos nos primeiros anos do século XX, ou durante a ditadura de Getúlio Vargas, onde judeus foram depreciados, espancados e deportados por autoridades do governo, como bem mostra Maria Luiza Tucci em seu livro O anti-semitismo na era Vargas.

Com isso temos na eugenia uma tentativa de modificar boa parte dos modelos étnicos e sociais do período estudado, na tentativa de construir sociedades mais desenvolvidas arianas e ricas, tomando o padrão europeu como base para o nosso país.



INTERAGINDO COM A TEMÁTICA:

Esse texto que segue a seguir foi publicado em 2006, mas, ao meu ver o conteúdo dele fala bastante coisas, que se enquadram de forma notável aos dias atuais, principalmente nas periferias das metropoles brasileiras.




Segundo estatísticas de 2000, 16 crianças e adolescentes foram assassinados por dia, em média. Desses mortos, 14 tinham entre 15 e 18 anos. Desse total, 70% eram negros. Os negros só perdem para a população indígena na taxa de mortalidade infantil.

Em cada grupo de dez jovens de 15 a 18 anos assassinados no Brasil, sete são negros. A raça também representa 70% na estimativa de 800 mil crianças brasileiras sem registro civil. Entre os indicadores negativos, os negros só perdem para a população indígena na taxa de mortalidade infantil.

Os números, contidos no relatório "Estudo das Nações Unidas sobre a Violência contra Crianças", encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mostram que o perfil das vítimas da violência vai muito além da faixa etária. "A violência não tem só idade. Tem cor, raça, território".

As vítimas são os negros, os pobres, os moradores de favelas", afirmou a psicóloga Cenise Monte Vicente, coordenadora do Escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em São Paulo.
A declaração foi feita na última quarta-feira, durante debate sobre a situação da violência contra crianças no Brasil e no mundo, promovido pela Folha de S.Paulo e pelo Unicef e com a mediação do jornalista Gilberto Dimenstein, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo.

Nesse dia, o relatório, feito pelo professor e pesquisador Paulo Sérgio Pinheiro, foi apresentado na Assembléia Geral das Nações Unidas. Pinheiro foi convidado como especialista independente pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan. O documento cita relatórios de 132 governos e consultas a organizações não-governamentais.

A realidade brasileira é descrita por dados como os do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/DataSus). Segundo estatísticas de 2000, 16 crianças e adolescentes foram assassinados por dia, em média. Desses mortos, 14 tinham entre 15 e 18 anos. Nessa faixa etária, 70% eram negros.

Conforme Cenise, o alerta também vale para a situação da criança indígena no Brasil. O relatório cita que a média de óbitos entre crianças até um ano de idade é de 47 por mil nascidos vivos. A média nacional foi de 26 óbitos em 2004. As preocupações com os aspectos raciais e étnicos da violência estarão no plano de colaboração do Unicef com os países onde atua, elaborado a cada cinco anos.

"Vamos fazer um corte (separação) racial e étnico e sensibilizar os gestores públicos e as ONGs para tornar esse padrão inaceitável", disse. (Folhapress) NÚMEROS 70% de estimadas 800 mil crianças brasileiras sem registro civil são de raça negra 16 crianças e adolescentes foram assassinadas por dia no Brasil, no ano 2000. Desse total, 14 tinham entre 15 e 18 anos 47 crianças indígenas de até um ano de idade, em cada mil, morreram em 2004 no Brasil. A média nacional de crianças (em geral) mortas no país no mesmo ano era de 26 óbitos em mil na faixa etária.



Fonte: Relatório "Estudo das Nações Unidas sobre a Violência contra Crianças

Preconceito de professores é entrave para ensino de história afro-brasileira, aponta educadora.


Por Amanda Mota, da Agência Brasil [Terça-Feira, 18 de Novembro de 2008 às 10:41hs]


Por preconceito e falta de interese pela temática racial a maioria dos educadores não leva adiante a determinação federal de colocar em prática na sala de aula o ensino da história e da cultura afro-brasileiras. A opinião é da professora da Rede Municipal de Ensino de Manaus, Ana de Oliveira.

"Nós, professores, temos recebido apoio do governo federal e das secretarias [estaduais e municipais]de Educação para trabalhar o tema em sala de aula. Falta agora a iniciativa de cada professor. Trata-se de um processo de mão dupla, onde os governos fazem a lei, dão o incentivo e os educadores devem corresponder fazendo a sua parte", afirmou a educadora.

"Do contrário, a Lei estará sempre engavetada", completou Ana, referindo-se a Lei 10.639 que, desde 2003, estabelece a obrigatoriedade do no país do ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas públicas e particulares do Ensino Fundamental e Médio.

Também para Lenize Martins, diretora da Escola Municipal Professora Percília do Nascimento Souza, localizada na zona Oeste de Manaus, o preconceito é o maior entrave a aplicação da lei e o papel da escola é combatê-lo. "Vivemos uma época onde é preciso reconhecer que o preconceito racial existe e ultrapassá-lo.

O trabalho pesado feito pelos primeiros negros no Brasil não é reconhecido como base para o início da construção da sociedade brasileira. Toda escola é formadora de opiniões e local de cidadania. Nesse sentido, tem papel fundamental para o esclarecimento sobre as diferenças existentes na sociedade e para a extinção de preconceitos", apontou a gestora.

Ela conta que, para conscientizar alunos e a comunidade local sobre a importância de conhecer e valorizar a história e a cultura afro-brasileira, a escola decidiu esse ano mudar a forma de abordar o Dia da Consciência Negra, celebrado na próxima quarta-feira, 20.

Há vários dias, os aproximadamente 500 alunos, do 1º ao 5º ano da escola, estão sendo mobilizados para apresentar uma série de pesquisas sobre os costumes, o vocabulário, a culinária e a influência do negro no Brasil numa feira cultural aberta à comunidade.

De acordo com Lenize, a iniciativa representa uma ação localizada, mas que pretende contribuir para o cumprimento da Lei 10.639 promover a discussão sobre a questão racial na sociedade. "Até o ano passado, o Dia da Consciência Negra, era trabalhado apenas como hora cívica. Estamos ampliando o tratamento desse assunto na escola e este ano decidimos fazer um evento maior.

Pais, pessoas da comunidade e outros estudantes interessados também poderão participar. Nossa escola estará de portas abertas e com isso esperamos contribuir para uma melhor divulgação do assunto", concluiu.

Em todo o estado do Amazonas, há cinco anos, é realizada a Semana da Consciência Negra, que reúne diversas atividades relacionadas às questões afro-brasileiras. As ações são realizadas de forma coletiva por entidades representadas no Fórum Permanente de Afro-Descendentes do Estado (Fopaam). Segundo a entidade, estima-se que pelo menos 30% da população amazonense seja de descendência negra.

FONTE: http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=5222

domingo, 14 de junho de 2009

Diminui a Diferença entre Gerações

Pesquisa mostra que jovens e adultos têm opinião semelhante sobre temas polêmicos, como aborto e drogas


Adriana Carranca




A sociedade já não se divide entre adultos conservadores e jovens revolucionários e progressistas. Pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e do Instituto Pólis, com 14 mil jovens entre 18 e 29 anos e adultos de seis países da América Latina, aponta mais semelhanças e menos conflitos entre gerações. Pais e filhos concordam sobre temas tão polêmicos quanto a legalização da maconha, aborto, pena de morte e homossexualismo.

"Criamos estereótipos como o de que jovens seguem tendência libertária e velhos, conservadora. Mas, não há mais tanta diferença em termos de valores e opiniões", diz a socióloga Helena Abramo, do Instituto Pólis e coordenadora do estudo no Brasil. "Temas antes capazes de produzir rupturas de comportamento e que polarizavam opiniões foram assimilados."

A antropóloga Regina Novaes, do Ibase, diz que o choque de gerações ainda existe em alguns aspectos, como religião, mas é mais "ameno". "Há menos pontos conflitantes e a tendência é de que desapareçam na medida em que jovens, nascidos em uma sociedade mais aberta ao diálogo e à diversidade, criem seus filhos sob os mesmos princípios." O resultado foi semelhante nos países da América Latina, segundo ela que coordenou o estudo na região.

É caso da jovem Maíra, de 21 anos, que considera a mãe Márcia, de 46 anos, uma amiga. "Com meu pai, eu ainda tenho vergonha de falar certas coisas, mas com ela falo tudo desde o primeiro namorado, quando eu tinha 15 anos." Maíra, o namorado, o pai e a mãe vão juntos ao cinema, bares e restaurantes. "Meu programa preferido é com eles", completa ela.


SEXO, DROGAS, FÉ E POLÍTICA

No Brasil, pais e filhos compartilham as mesmas opiniões sobre assuntos proibidos nas gerações passadas. Entre os entrevistados, 76,5% dos jovens e 78% dos adultos são contra a legalização do aborto. Sobre a pena de morte, 46% dos jovens e 45% dos adultos são a favor.

"Era de se esperar que, em assuntos como esses, os pais fossem mais conservadores e os filhos mais liberais", diz Regina.

As pesquisadoras não acreditam, no entanto, que as novas gerações estejam se tornando mais conservadoras. "Se por um lado são contra a legalização do aborto e a favor da pena de morte, de outro defendem a liberdade sexual e de expressão, são mais sensíveis à discriminação e às injustiças sociais", acredita a socióloga Helena Abramo. Na pesquisa, a corrupção e a desigualdade foram apontadas como as principais ameaças à democracia.

À pergunta sobre se concordariam em ter aulas - ou que os filhos tivessem aulas - com professor homossexual, 80% dos jovens e 74% dos adultos responderam que sim. "A pequena diferença se explica no fato de que os jovens de hoje tiveram exposição maior ao homossexualismo. Homens e mulheres não escondem a opção sexual, nos sites de relacionamento há comunidades em que meninos e meninas procuram jovens do mesmo sexo", diz Regina. "Além disso, há um discurso muito mais forte contra o preconceito."

Quando o tema é drogas, a diferença também é pequena, embora mais jovens (22%) do que adultos (15,5%) sejam a favor da legalização da maconha. "A diferença talvez venha do acesso mais fácil às drogas hoje. Não significa que sejam usuários, mas a aceitação é fatalmente maior", diz Regina.

Se opiniões semelhantes sobre temas polêmicos os aproxima, a religião distancia. O número de jovens que declarou não ter credo (14%) é o dobro dos adultos. "Não quer dizer que o jovem não tem fé: 11% deles disseram acreditar em algo, embora não sejam adeptos de uma religião, contra 5% dos adultos", diz Regina. Segundo ela, a imposição a um culto não é mais passada entre gerações. "Seus pais tiveram de adotar a religião dos avós, mas eles não. Veja o catolicismo que, embora predomine, diminui a cada nova geração. Hoje busca alternativas e faz sua própria síntese."

As preocupações sobre o presente e o futuro também aproximam. Para jovens e adultos, a questão mais importante é o acesso ao mercado de trabalho. Estudar e ter diploma vem em seguida. "Antes, todo pai achava que diploma era fundamental. Hoje, embora ainda deem valor para a educação, jovens e adultos vivem uma realidade em que o certificado já não garante emprego", diz Regina. A violência também pesa mais para as novas gerações do que para as anteriores e é apontada como o principal problema, na opinião deles e dos adultos.





FONTE:

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090614/not_imp386912,0.php



COLETIVO ACORDA COMENTA:

Vejo com bons olhos a realização da citada pesquisa, uma vez que, com os resultados que foram obtidos, revela um pouco da "geração de pais" contemporaneas ao século XXI. No entanto, tendo em vista a utilização de conceitos como "conservadores" e "revolucionários", poderíamos entrar em um debate mais conceitual e fugir um pouco do tema central da pesquisa.

Enfim, é válido ressaltar que levantar o debate sobre: Planejamento Familiar, Aborto, Drogas, Violência, Trabalho, Religião, Economia etc. è fundamental para inserir sempre a opinião da Juventude, uma vez que sempre temos que considerar o jovem como um sujeito social inserido em projetos do presente e do futuro de uma nação.

Nesse contexto, parabenizamos o
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o Instituto Pólis pela organização dessa pesquisa.


Wallace Melo

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Subordinados a Quem?



È muito interessante como um simples quadrinho pode ilustrar um grande debate a respeito dos limites da exploração do Capital ao homem. Sem querer utilizar jargões do século XIX, mas o que o "velhinho Marx" falou um dia, nunca se encaixou tanto a uma realidade neoliberal.
O que nós somos? Produtores de uma economia ou uma simples engrenagem da produção submissa ao Capital Financeiro?