Dia 8 de Março, data importante para a luta internacional das mulheres, gostaríamos de provocar algumas reflexões acerca da mulher jovem, afinal, ser "homem” e "mulher" diferencia e particulariza dimensões fundamentais da condição juvenil. Por isso, entre outras questões, preferimos falar de "juventudes” no plural, na perspectiva de evidenciar a heterogeneidade dessa condição.
Assim, devido às relações sociais de gênero estabelecidas historicamente em nossa sociedade, as mulheres ocupam as piores posições sociais, nas mais diferentes áreas, o que reafirma a idéia de feminização da pobreza.
Embora as mulheres representem hoje 51% da população brasileira, podemos afirmar com segurança, que o retrato feminino no Brasil ainda está longe de mudar de fisionomia. As mulheres são o setor mais precarizado e mais pobre da classe trabalhadora. Elas recebem salários diferentes para a mesma função, compõem menos cargos de direção e estão nas profissões mais desvalorizadas, sobretudo as mulheres jovens. A AIDS é a primeira causa de morte em mulheres jovens (entre 20 e 35 anos). O Brasil está em quarto lugar no número de mães solteiras, sendo que em sua grande maioria trata-se de mulheres jovens. A violência de gênero que atinge 25 a 50% das mulheres, atinge sobremaneira a mulher jovem, como forma de impor a vontade e controle masculino sobre os corpos e vidas. A mercantilização do corpo da mulher jovem a partir do tráfico de mulheres ao redor do mundo contabiliza a terceira maior rede, perdendo apenas para armas e drogas.
Por outro lado, a exposição massiva de seus corpos (geralmente sexualizada) em propagandas tem contribuído para difundir um modelo padronizado de beleza, o que tem gerado doenças às mulheres e 31 bilhões em lucro esse ano para a indústria da beleza.
Nesse sentido, queremos reafirmar a necessidade de políticas públicas para as jovens, políticas universais e ações afirmativas a fim de reparar o lamentável cenário de desigualdade social.
Sem licença e nem favor!
FONTE: Observatório Capixaba de Juventude / Adital.
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