A União Metropolitana de Estudantes Secundaristas (UMES) e a União dos Estudantes de Pernambuco Cândido Pinto (UEP) publicam uma nota em conjunto, a respeito das manifestações estudantis que ocorreram na última sexta feira (20/01) em virtude do reajuste das tarifas dos transportes públicos que circulam pela região metropolitana do Recife.
Foi um dia de muito tensionamento para os estudantes e trabalhadores que participaram dos protestos que ocorreram tanto pela manhã, quanto no horário da tarde. Nos dois momentos, o Batalhão de Choque agiu com violência para acabar com as manifestações, utilizando bombas e spray de pimenta contra os manifestantes.
Nota de protesto da União dos Estudantes de Pernambuco Cândido Pinto e da União Metropolitana de Estudantes Secundaristas – PE.
As diretorias da UEP Cândido Pinto e da UMES – PE vêm através desta mostrar indignação quanto ao absurdo que foi a atitude de repressão do batalhão de choque da Polícia Militar de Pernambuco. Numa tentativa legítima de protestar contra o aumento das passagens da Região Metropolitana do Recife, os estudantes pintaram as caras e foram às ruas nesta sexta-feira, com bandeiras, palavras de ordem e disposição de construir um ato pacífico.
No entanto, desde a véspera da manifestação a polícia já tinha arquitetado sua ação repressora. Para relembrar sua atuação durante a ditadura militar a polícia intimou várias lideranças estudantis para prestar depoimento no exato momento em que o ato pacífico ocorreria. Isso foi sem sombra de dúvidas uma vil tentativa de impedir os estudantes de exercer o seu democrático direito a manifestação de pensamento.
No dia do ato, em surpreendente desproporcionalidade, viu-se uma ação de repressão policial fora do comum, com a utilização de diversos aparatos, de efeito físico e moral – um ataque contra os movimentos sociais e contra o pleno direito democrático de protesto da população.
Para nós que estamos em contato nacionalmente com militantes do movimento estudantil, encontramos semelhante repressão no Piauí, no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros, o que nos preocupa quanto à garantia dos direitos do povo no Brasil.
Esperamos que aqui em Pernambuco, estado onde o governo se diz democrático e próximo dos movimentos sociais, essa postura se modifique e que se retrate publicamente com os estudantes e com a população pernambucana. Além disso, esperamos a punição dos responsáveis por essa investida, acontecida sob a falsa desculpa de agressividade dos manifestantes, e que se garanta a cada cidadão ou cidadã, sua ampla liberdade de expressão, conquistada a muito custo nesse país.”
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