E diante dessa realidade, vários estudantes, junto a entidades representativas, partidos e sindicatos, passaram a discutir sobre o aumento e sobre a precarização do transporte público na região, mobilizando cada vez mais pessoas e promovendo uma passeata, com a finalidade de impedir o reajuste das passagens.
Como se sabe, somente o Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos pode deliberar sobre o preço das tarifas. Mas, segundo o próprio movimento estudantil, esse conselho não é legítimo para representar o trabalhador, o estudante e o próprio usuário pernambucano, pois a sua inoperância só serve para garantir os interesses de uma "máfia" de empresários que não tem a menor responsabilidade social e só visam a maximização dos lucros. Assim, questões como a insuficiência das frotas, qualidade do serviço e passe livre estudantil, não fazem parte da pauta desse conselho, sendo assim, realidades quase que utópicas para a população.
É válido ressaltar que o aumento das tarifas não irá modificar, de maneira alguma, a atual situação dos transportes públicos na região metropolitana. Serviço esse que já é caracterizado pela superlotação e pela falta de segurança. Assim, o que resta ao usuário é manifestar a sua indignação protestando e tomando as ruas da cidade para barrar esse reajuste.
E mais uma vez o movimento estudantil cumpriu o seu papel de vanguarda na luta e nas manifestações populares. No entanto, o governador Eduardo Campos, achou conveniente utilizar da força repressiva da tropa de choque com seu arsenal bélico, spray de pimenta e bombas de efeito moral, para conter os estudantes contrários ao aumento das passagens. Ficando nítido, o respeito que sua gestão tem em relação aos direitos humanos e sociais. Um governo que se esconde atrás de instituições repressoras nao pode representar, nem as forças políticas democráticas, nem tampouco a sociedade civil.
A população pernambucana presenciou um episódio de criminalização dos movimentos sociais, promovido pelo Eduado Campos, que por essas e outras, vem se afastando gradativamente dos compromissos firmados nas duas ultimas eleições.
Portanto, nao podemos perder a esperança. Pelo contrario, é necessário intensificar ainda mais a nossa militância para mobilizarmos muito mais pessoas em favor da luta popular. A ordem do dia é unificar todas as bandeiras em torno da luta contra o aumento das passagens e acumular força para derrotarmos de uma vez, essa máfia de políticos e empresários que massacram a ética e desmoralizam as nossas instituições públicas.
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