Coluna semanal do presidente Lula
Fonte: http://www.imprensa.planalto.gov.br/
Moacir Dias de Oliveira, 65 anos, servidor público de São Paulo (SP) – A Organização Mundial da Saúde tem mostrado que o cigarro mata mais de duzentas mil pessoas por ano. E vocês não impedem isso?
Presidente Lula – O Brasil é hoje um dos principais atores no combate ao tabagismo no mundo. O primeiro estudo sobre o assunto no Brasil é de 1989 e constatou o índice de 33% de fumantes. Em 2008, esse índice tinha caído para 17,2%, segundo levantamento do IBGE, feito em parceria com o Ministério da Saúde. Por essa pesquisa detalhada, o IBGE e o Ministério da Saúde foram premiados pela Organização Mundial da Saúde e mais quatro instituições internacionais. Essas organizações incentivaram a realização de pesquisas em 14 países e o Brasil foi o primeiro a finalizar o levantamento. Entre as medidas adotadas no país, destaco o aumento de impostos sobre o produto, a proibição de publicidade e a inclusão de advertências explícitas nos maços. A publicidade positiva (que associava o cigarro a jovens saudáveis) foi substituída pela negativa (exibindo nos maços fotos de pessoas que contraíram câncer e outras doenças). A política de combate ao tabaco no Brasil conta com uma comissão composta por 16 ministérios e secretarias. Eu mesmo parei de fumar há quase oito meses e estou me sentindo muito bem, comendo melhor, respirando melhor, com muito mais fôlego nas corridas e caminhadas. Aconselho todos os fumantes a fazerem o mesmo.
Osmarina Malavolta, auxiliar de cartório de São Paulo (SP) – Gostaria de saber por que a classe média baixa é tão explorada pelos governantes. Trabalho desde os 12 anos, estou com 56 e ainda trabalhando. Até quando e como vamos aguentar?
Presidente Lula – A classe média não está sendo explorada, ao contrário, sua vida está melhorando. Nossas políticas estão produzindo um forte crescimento econômico, que resulta em benefícios para todos os segmentos sociais. Devemos ter um crescimento extraordinário este ano, acima de 7% do PIB. Já criamos, desde 2003, 14,5 milhões de novos empregos com carteira assinada e vamos ultrapassar os 15 milhões até o fim do ano. O índice de desemprego medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – de 6,7% em agosto – é o menor da série histórica do instituto. Com a grande oferta de empregos, aumenta o poder de barganha de todos os trabalhadores. Tanto que o rendimento médio do trabalhador em agosto – de R$ 1.472,10 – também é o maior da série histórica do IBGE. Nada menos que 31 milhões de brasileiros ingressaram na classe média. Essa classe representava, em 2005, 35% da população e hoje já é maioria – 50,5% – segundo estudo da FGV. Por último, Osmarina, se você está pensando em se aposentar, dependendo do tempo de recolhimento da contribuição previdenciária, é possível que você já tenha este direito. Mas a verdade é que você ainda é muito jovem.
Ademir Braz Martins, 46 anos, agricultor de São Desidério (BA) – Eu e meu pai plantamos soja, trigo e milho. Temos produzido bem, só que a cada ano aumenta nossa dívida, porque os preços fora do Brasil em dólar são bons, mas quando se converte de dólar para real não dá remuneração.
Presidente Lula – O câmbio controlado, administrado, está na raiz de algumas crises sérias do passado, que afetavam todo o País, inclusive o próprio setor agrícola. Como achamos que o Brasil não pode ficar vulnerável, o regime que adotamos é o de câmbio flutuante, com reservas cambiais elevadas. Mas o governo não está indiferente aos problemas que você cita. Para apoiar a comercialização dos produtos rurais, nós aplicamos a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Antes do início do plantio, o Ministério da Agricultura define os preços mínimos, que são calculados considerando o custo de produção de cada lavoura. Se o preço de mercado de algum produto ficar abaixo do mínimo, o Ministério, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), compra diretamente dos produtores pelo valor do preço mínimo. Outra iniciativa é a realização de leilões de equalização de preços de maneira que o produtor receba o preço mínimo e o comprador pague o preço de mercado. A diferença é bancada pelo governo. Com essa política, o governo apoiou quase 13 milhões de toneladas da produção nacional da safra passada. Para ser beneficiário dessa política basta procurar a Superintendência da Conab no seu estado.
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