domingo, 5 de setembro de 2010

Coluna: O Presidente Responde - 17/08/2010

O Presidente Responde
Coluna semanal do presidente Lula
Fonte: http://www.imprensa.planalto.gov.br/

Camila Cristina Ribeiro, 22 anos, auxiliar administrativa de Cuiabá (MT) – A palavra corrupção se tornou muito comum nos vocabulários. Sobre esta questão, qual é a sua perspectiva para o quadro político brasileiro após o término do seu mandato.

Presidente Lula – Nunca se combateu tanto a corrupção quanto nesses últimos anos. Nós adotamos várias medidas que fortaleceram as instituições do Estado brasileiro nessa batalha. A Polícia Federal (PF) foi reforçada e teve total liberdade para operar, o mesmo acontecendo com a Controladoria-Geral da União (CGU). De 2007 a 2009, a PF – separadamente, ou com a CGU – realizou 115 grandes operações de combate à corrupção, com a prisão de 1.592 pessoas. Desde 2003, foram expulsos do serviço público 2.650 servidores, mais de 60% deles por corrupção. Nos últimos anos, encaminhamos ao Congresso – e espero que sejam aprovadas o mais brevemente possível – leis importantes, como a que criminaliza o enriquecimento ilícito de agentes públicos e a que torna mais rigorosas as punições para os crimes de corrupção cometidos por autoridades. Sancionei a Lei da Ficha Limpa, que representou um enorme ganho para a política nacional. Criamos o Portal da Transparência, no qual todo cidadão pode acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Graças a tudo isso, os corruptos passaram a ser identificados e processados. E como o que estava escondido veio à tona, às vezes há a impressão que a corrupção está crescendo. Mas não é verdade, ela está sendo atacada. Estou certo de que o próximo presidente vai encontrar um ambiente muito favorável para prosseguir combatendo a corrupção. 

Francisca Andrade, 60 anos, dona de casa de Careiro (AM) – Presidente, quais os portos que estão previstos para serem entregues ainda este ano no Amazonas?

Presidente Lula – Nós prevemos a conclusão, até o final deste ano, de 13 portos no Estado do Amazonas, localizados em São Paulo de Olivença, Santa Isabel do Rio Negro, Benjamin Constant, Tonantins, Novo Aripuanã, Fonte Boa, Itacoatiara, Coari, Autazes, Borba, Manicoré, Maués e Manaus (terminal pesqueiro). Outros três, de Boca do Acre, Tefé e Lábrea, também estão em obras e serão concluídos em 2011. Lembro também que, de dezembro de 2008 até hoje, nós já inauguramos e entregamos 10 portos à população do Amazonas. Atualmente, tramita na Casa Civil a minuta de Decreto Presidencial que cria o Porto Novo de Manaus, a ser construído na área da antiga Companhia Siderúrgica da Amazônia. E em todo o País, o PAC 1 está destinando R$ 3,6 bilhões para as intervenções nos portos. Estamos com obras de dragagem de aprofundamento nos 18 principais portos do país. Em três deles, de Recife (PE), Angra dos Reis (RJ) e Rio Grande (RS), as obras já foram concluídas. O recursos do PAC 1 estão sendo aplicados em todo o país também na melhoria da infraestrutura portuária, ampliação ou construção de novos berços, além da construção de novos portos.

Jacqueline Sales Silva, 24 anos, desempregada de São Paulo (SP) – Os empresários reclamam da falta de mão-de-obra qualificada. Eu sou formada na área da Saúde, fiz estágio em hospitais de referência em São Paulo e, mesmo assim, não estou empregada. E isso não acontece só comigo. Queria saber qual é a explicação para isso.

Presidente Lula – O Brasil está vivendo hoje uma era de emprego. Com a nossa aposta no desenvolvimento, desde 2003, foram criados em nosso País 14 milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada – muitos deles na Saúde. E devemos chegar a 15 milhões até dezembro. O índice de desemprego em junho foi de 7%, o menor para este mês desde o início da série histórica do IBGE. Mas existe um fator que também temos que levar em conta, que é o equilíbrio entre oferta e procura em cada localidade. É perfeitamente possível haver falta de mão-de-obra em algumas áreas ou locais e, ao mesmo tempo, haver excesso em outras. Em determinadas regiões, como em algumas capitais, incluindo a sua cidade, há mais oferta de profissionais na área de saúde. Por outro lado, ainda existe carência de profissionais especializados como você no interior do país, mesmo que o sistema de saúde ofereça bons salários. Com o forte crescimento econômico que estamos vivendo – o Brasil deve crescer mais de 7% este ano – a tendência é a redução do desemprego em todas as áreas. A época em que as pessoas ficavam anos a fio desempregadas acabou.

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