terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Juventude Aprisionada.

No Estado de São Paulo, somente no mês de janeiro de 2013, foram presas 10.125 pessoas. No ano de 2012, foram 108.000 pessoas presas em SP; a grande totalidade formada por jovens de 18 a 30 anos. Esse aceleramento de prisões também se reflete em todo o Brasil.

É tempo de rever nossas ações. É tempo de a Igreja, a Pastoral Carcerária, os movimentos sociais, e todos os conselhos ligados à Justiça Penal, verificarem as suas estratégias de trabalho, pois todas as ações até o momento não têm reduzido esta chaga social chamada "encarceramento em massa"!

Mesmo com todas as ações consistentes em seminários, audiências publicas, manifestos, cartas às autoridades, denúncias das violações, trabalho em redes sociais, trabalhos com os movimentos nacionais e internacionais, sequer o sofrimento dos atingidos pelo encarceramento em massa é diminuído. São cada vez mais numerosas as pessoas pressas, os familiares, as pessoas egressas, com danos cada vez maiores não apenas a essas, que são a classe mais vulnerável do sistema, mas à própria sociedade, aflita com uma crescente violência, cujas causas verdadeiras ficam escondidas embaixo das cortinas da mídia sensacionalista e discriminatória.

Vivemos sob a regência de um sistema penal que, ao aprisionar em massa as pessoas mais pobres e privilegiar a minoria mais rica, não infringe nenhuma regra. A Constituição proíbe a pena de morte, mas, na prática, vemos, diariamente, jovens sendo executados nas periferias ou presos em unidades cada vez mais superlotadas e insalubres. A Constituição veda a pena perpétua, mas milhares de pessoas egressas do sistema prisional carregam, pelo resto da vida, o estigma de ter passado pelo violento sistema prisional, com o sério risco de se tornar novamente presa fácil das agências de controle nas periferias do país.

Em uma sociedade tão desigual, tamanho cenário de violência não admite interpretações ingênuas: as políticas de extermínio e de encarceramento em massa são, na prática, a nossa Lei a oferecer sacrifícios humanos com a finalidade de assegurar a manutenção dos bens das pessoas "de bens” da sociedade.

Ao mesmo tempo, a grande massa social, mecanizada pelos meios de comunicação, reproduz o discurso da Lei que prende e aniquila as vidas das pessoas mais frágeis, sem se dar conta do que une todas as populações pobres desse país: em menor ou maior grau, somos todos massacrados para manter e aprofundar as desigualdades geradas por um sistema em que poucos têm muito e exploram os muitos aos quais restam as migalhas e a violência do Poder Público.

Lembremos que Jesus Cristo, o justo, foi preso, condenado e executado no rigor da Lei. Está mais do que na hora de, reconhecendo nos rostos das irmãs e irmãos mortos e encarcerados o rosto de Jesus Cristo desfigurado pelo pecado. É hora é de reagirmos, nossos jovens merecem outro futuro!


Por Padre Valdir João Silveira - Coordenador da nacional da Pastoral Carcerária
FONTE: CNBB / Adital / Carcerária.org

Juventude(s): Estado Para Que e Para Quem?

Vivemos em uma sociedade que por muitos anos foi massacrada por um poder totalitário ligado a uma compreensão de Estado pouco sensível aos anseios da classe juvenil. Os movimentos juvenis, com grande participação dos grupos eclesiais, lutaram pela democracia. Porém, atualmente, apesar de tantos esforços, a juventude e o Estado parecem tão distantes. De um lado a cultura da corrupção; de outro o medo do envolvimento na política e a decepção com os diversos escândalos que assombram o Brasil. Lembramos também, o preconceito, a falta de valorização e o descuido com a vida dos jovens. Define-se com mister, compromisso recíproco dos diferentes entes da sociedade e do Estado , em garantir a vida plena, especialmente a vida dos jovens.

Na época da ditadura, o Estado não tinha apenas o monopólio, do poder político, mas também da imprensa e da economia. A liberdade era restringida a poucos, e os jovens, de espíritos renovados e pensamentos aflorados, eram reprimidos ao tentar se expressar. O conflito com o Estado era constante; a luta para ter voz, vez e lugar continuou incessante até a vitória da redemocratização – frágil vitória, diga-se de passagem. Logo na primeira eleição presidencial, veio a decepção da corrupção. A luta de mais de 20 anos, foi desprezada pelo ocupante do cargo de maior relevância na política brasileira. O que era desejo da juventude da época virou o pesadelo. O problema da corrupção desencadeia outros problemas: infraestrutura precária, desemprego entre a juventude, desigualdade social, educação deficitária e um sistema de saúde ineficaz.

O Estado, na sua configuração atual, tem como sua principal obrigação garantir a propriedade privada; mas que propriedade? Certamente não é a propriedade dos pobres. Eles têm muito pouco. E os jovens menos ainda, pois no processo econômico/social hodierno, os jovens, especialmente os oriundos de famílias pobres, tem dificuldades em conquistar o seu espaço. Aos olhos do pensamento neoliberal são fracassados, incompetentes para assumir responsabilidades. Não se coloca como tema de discussão a ausência de oportunidades para estes jovens. Um país historicamente desigual como é o Brasil necessita modificar a estrutura do Estado. Isto para que seja promotor da vida e compromissado com o bem de todos, principalmente da juventude marginalizada.

Porém, sabemos que a situação para quem está no poder, no controle do Estado ainda é confortável. A desmotivação da juventude e dos brasileiros em geral com a política da forma como é exercida, contribui para manter os dragões nos altos cargos, com altos salários.

Nesse panorama, de forma alvissareira, aparece o protagonismo juvenil. O mesmo protagonismo que ajudou a derrubar a ditadura no século passado. O mesmo fervor e a mesma luta. A acomodação não transforma, não revoluciona, não renova e não traz vida. A cultura da corrupção deve ser combatida no dia-a-dia, acabando com esta prática que assola o mundo, mas em especial o Brasil. O controle social aparece como uma ferramenta forte de toda a sociedade. Trará muitos benefícios, principalmente para os jovens. Utilização de espaços como conselhos e conferências, são os principais instrumentos de uma verdadeira democracia. Aquela que é exercida pelo povo em todos os seus atos. É nesses espaços que a juventude participa, clamando e denunciando, quando necessário. Os grupos de jovens, eles de igreja, política ou diversão, não são inúteis, pelo contrário, são neles que se amadurecem as ideias e a práxis. A Pastoral da Juventude, por exemplo, que comemora 40 anos em 2013, não participa da Igreja com o intuito de se fechar para si, mas para dar a vida por toda a juventude. Entre esses 40 anos de caminhada, diversas campanhas, mobilizações e encontros foram realizados. Destacamos a Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens, denunciando a morte de, em média, 54 jovens a cada dia no Brasil, sendo 80% negros. É compromisso do jovem com o Estado, denunciar essas mazelas e participar ativamente para destruí-las.

Seria preciso um estudo mais aprofundado para buscar soluções ao descompromisso mútuo entre Estado e juventude. O Estado tem a obrigação de promover a vida e a juventude de participar dessa promoção. Para o trabalho em comunhão, uma nova cultura há de ser implantada. Ultimamente o governo do país, devido as pressões de segmentos da juventude organizados, tem buscado criar melhores condições de vida para os jovens, em especial à juventude negra e pobre. Contudo, a melhoria das condições de vida é um processo lento, questão de tempo e de uma boa administração, também, de ambas as partes. Não obstante, não queremos apenas dinheiro e riqueza material para o amanhã. Como diz a música dos Titãs: "a gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte”.

O jovem vive hoje com muitos sonhos e desejos de agir e transformar as coisas que não concorda e não acha certo. É necessário afirmar que o jovem não é o futuro da sociedade, mas o presente, atuando de forma prática na comunidade onde está inserido. Tudo isso tem despertado a vontade de ter um envolvimento maior nas decisões e espaços onde pode estar contribuindo para que a cada dia a vida se torne melhor.

Atualmente muitos são os espaços que os jovens estão ocupando, tais como: conselhos municipais, cargos eletivos, movimentos sociais, grupos, grêmios estudantis e outros espaços de lideranças.

Paralela a essa vontade do jovem estar cada vez mais interessado e disposto a ocupar estes espaços, está a função das políticas públicas de juventude. Cabe aos governos chamar a juventude a participar dos processos de diálogo sobre o que pensa a juventude e quais são as suas necessidades mais urgentes. É neste momento que os jovens exercem a sua capacidade organização, para juntos construírem as políticas públicas necessárias aos jovens.

Outra tarefa do jovem que está inserido no meio social é a fiscalização do poder público, do destino dos recursos governamentais voltados à aplicação das políticas públicas. Cabe à juventude exercer o papel de cobrar e fiscalizar. Precisa estar presente em todas as etapas do processo, desde a elaboração das políticas públicas até a aplicação dos recursos destinados para tal fim e a sua gestão.

Queremos uma juventude que seja protagonista da sua história, participando se envolvendo e buscando alternativas. Queremos que o grito dos jovens ecoe pelos quatro cantos do País e seus anseios e desejos sejam concretizados. Afinal a juventude quer ser visível e quer que o Poder Público faça a sua parte no enfrentamento dos desafios propostos vai à luta com coragem e esperança.

Precisamos de uma juventude organizada em diversos espaços, pensando e debatendo as questões do jeito que sonha e acredita. Queremos um processo construído com a participação de todos, fazendo chegar às bases as conquistas e as mudanças. Não podemos ficar invisíveis ao poder público. Para isso precisamos estar em sintonia e termos claro aquilo que almejamos para, com muita luta e garra, irmos ao encontro do nosso objetivo maior, que é a concretização dos nossos sonhos. Sabemos que, somente inseridos nos espaços de discussão e construção coletiva, teremos a oportunidade de reafirmar os desejos que temos. O jovem precisa ser protagonista, ser agente de transformação por onde passa, deixando a marca do seu compromisso enquanto cidadão.

É nosso dever, enquanto jovens, cobrar do Poder Público os nossos direitos e a aplicação das políticas públicas de juventude. Não basta apenas reunir a juventude e colher sugestões, mas é preciso colocar em prática essas pretensões almejadas. Importante criar ambientes de diálogos, mas é necessário, e se faz urgente, a aplicação destas sugestões repassadas. Por outro lado, cabe a cobrança por parte dos jovens. Não devem aceitar que suas reivindicações fiquem apenas em registros, mas como mecanismos de transformação para melhorar a vida dos jovens.

É necessária a compreensão da diversidade juvenil. Precisamos de políticas públicas de inclusão social, frente a várias expressões juvenis existentes no País, com suas características e de acordo com aspectos sociais, econômicos e territoriais, garantindo assim que seja alcançado o objetivo que eles propõem.

Essa agenda de trabalho com a juventude deve estar na pauta das discussões políticas do Brasil, tendo em vista que os jovens compõe o grupo mais atingido pelas transformações que acontecem na sociedade.

Diante disso, cabe à juventude a mobilização, organização, diálogo, a presença nos espaços, a construção coletiva, e a cobrança também, cada um fazendo a sua parte e contribuindo cada vez mais com a sociedade que buscamos e acreditamos. Sonhamos com dias melhores e queremos uma juventude atuante com voz, vez e lugar, dialogando de forma aberta e respeitando a diversidade e as expressões juvenis, fazendo com que o Poder Público se sensibilize e realize os projetos que possam melhorar a vida da juventude, sempre pensando em todos. A juventude – pobre ou rica, rural ou urbana, negra ou branca – quer ser ouvida, quer ter direitos e deveres, quer transformar, quer a liberdade e quer viver. Da luta não nos retiremos; do Estado participaremos! Afinal, Estado para que e para quem? Vale a pena continuarmos a refletir. 

Por Érico de Anhaia Martins, Matheus Fernandes da Silva, Wagner Azevedo – PJ Arquidiocese de Passo Fundo/RS. FONTE: CNBB / Adital.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Campanha da Fraternidade 2013 Define a Juventude Como Tema.


A quarta feira de cinzas (13 de fevereiro) foi o dia escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para o lançamento da Campanha da Fraternidade (CF) desse ano. A CNBB adotou a juventude como o temário principal, utilizando a seguinte frase: Fraternidade e Juventude: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).

A escolha do tema demonstra a atenção da CNBB para a necessidade de evangelização dos jovens brasileiros. Essa preocupação não é recente na instituição, uma vez que o tema juventude já foi tratado na campanha de 1992, contudo, a que se inicia nesse ano terá um reforço significativo para atrair o jovem à vida religiosa, uma vez que o Brasil irá sediar a Jornada Mundial da Juventude no mês de julho, no Rio de Janeiro.

Segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro, os objetivos da Campanha da Fraternidade 2013 são de lançar um olhar para a realidade juvenil, compreendendo assim a riqueza de sua diversidade, potencialidades, para que a igreja católica possa propor aos jovens um momento de reflexão sobre seus atos e condição de vida. Diante disso, a CF pretende acolher e mobiliza jovens de todas as regiões para lhes oferecer uma orientação voltada ao seu protagonismo cristão com o objetivo de fomentar a vivência religiosa e a construção de uma sociedade fraterna, justa e pacífica.

A Campanha da Fraternidade será lançada em Brasília, na sede da CNBB e também em Natal, na arquidiocese que deu início à campanha em 1962. Além das autoridades religiosas, a cerimônia também contará com a presença do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado, do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, além de outras representações políticas.

Secretário da Juventude da CTB Fala Sobre Jornada de Lutas.

A juventude da CTB participa desde fins de 2012 de uma ampla rede de juventudes estudantis, sindicais, dos movimentos sociais e políticas, cujo objetivo é impulsionar a mobilização juvenil para avançar nas mudanças, para a inclusão da juventude no projeto nacional de desenvolvimento e a defesa da democracia.

"As Centrais Sindicais preparam uma jornada para o dia 6 de março, em Brasília, com a qual devemos contribuir ativamente. Além disso, as juventudes também preparam uma Jornada de Lutas, entre os dias 25 a 29 de março", destaca Paulo VInícius, secretário da Juventude da CTB.

De acordo com o líder sindical, no dia 23 de fevereiro acontece uma Plenária Nacional do movimento, cuja representação dos estados depende de que as juventudes em cada capital se reúnam para definir os representantes para esse evento nacional e articular a jornada no seu estado. "É importante participarmos dessa articulação e imediatamente buscarmos os recursos para a ida, posto que não há a possibilidade de financiamento", afirma.

O dirigente lembra que é importante o envolvimento dos jovens trabalhadores e dos coletivos na Jornada, "em especial num ano de Congresso da CTB, em que precisamos realizar os encontros estaduais de juventude". A CTB orienta que a juventude militante se informe e participe das reuniões da Jornada de Lutas na sua região.

Clique e acesse o documento da Jornada de Lutas da Juventude

Fonte: CTB

Ministério da Saúde Lança Manual de Atenção Integral a Adolescentes e Jovens Vivendo Com HIV/Aids.

"A epidemia de aids entre adolescentes e jovens, ao longo dos últimos 30 anos, mantém-se como um desafio para os profissionais de saúde, tanto no campo da prevenção de novos casos, como no campo do tratamento, especialmente em função da tendência ao aumento da prevalência da infecção pelo HIV na população jovem”. Assim começa o Manual de Atenção Integral a Adolescentes e Jovens vivendo com HIV/Aids, lançado pelo Ministério da Saúde neste ano de 2013.

A versão 2013 da cartilha já está disponível para download no site do ministério através do link. Ela tem como objetivo apresentar aos profissionais da saúde aspectos do cuidado integral que promovam a qualidade de vida e assistência a essa população.

Os temas abordados estão relacionados aos aspectos epidemiológicos da infecção pelo HIV nesse grupo populacional, considerações sobre a adolescência, revelação do diagnóstico, adesão ao tratamento, saúde sexual e reprodutiva, avaliação nutricional e transição.

Os assuntos que compõe o documento foram elencados a partir da discussão realizada com representantes da Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV e Aids, profissionais e pesquisadores. A elaboração do conteúdo, segundo o Ministério, foi baseada em evidências científicas e experiências propostas por um Grupo de Trabalho composto por profissionais que atuam com essa faixa etária.

Um dos objetivos da publicação é o de apresentar aos profissionais da saúde aspectos do cuidado integral, que promovam a qualidade de vida e a qualidade da assistência, este documento aborda temas relacionados aos aspectos epidemiológicos da infecção pelo HIV nesse grupo populacional, considerações sobre a adolescência, revelação diagnóstica, adesão ao tratamento, saúde sexual e saúde reprodutiva, avaliação nutricional e transição.

FONTE: Adital.

Carnaval e Juventude.

O carnaval comparece cedo neste ano. Ele depende da data da páscoa. Como desta vez ela acontece ainda em março, é preciso ir recuando o calendário, para que entre o carnaval e a páscoa caiba o tempo da quaresma.

Assim se comprova, de novo, que o carnaval nasceu como um evento secundário, colocado em referência a outro, mais importante. No caso, o carnaval se desenhou no contexto da expectativa da quaresma, que se constitui num tempo prolongado, bem programado, com metas bem estabelecidas, e com uma cadência bem orquestrada, de apelos positivos para a vivência de valores evangélicos.

Era para começar bem a quaresma, que o carnaval servia de marco divisório, apontando para a quaresma, com seu começo na quarta-feira de cinzas. Mas, o que continua tendo um valor secundário, assumiu uma importância muito grande. A ponte de se tornar, para muita gente, o evento maior do ano.

Assim, o que era acidental, passou a central. O que era simples aperitivo, tornou-se o prato principal. E com frequência acontece,que se exagera no aperitivo, e se perde o banquete! Como evento importante, é preciso reconhecer que ele foi agregando valores, e ao mesmo tempo suscitando riscos.

É inegável o valor cultural e simbólico que o carnaval assume, nas suas diversas manifestações, sobretudo em algumas regiões diferenciadas do Brasil. Mérito especialmente das escolas de samba, mas também de uma política equilibrada de promoção do carnaval, especialmente em alguns Estados com mais tradição.

Mas é inegável que muitas práticas carnavalescas descambam para a irresponsabilidade moral, expondo as pessoas a graves riscos, não só de envolvimento em atitudes de devassidão, mas em frequentes perigos de vida,como consequência dos exageros, que se procura justificar invocando para o carnaval uma permissividade ilusória, que abre caminho para atitudes equivocadas, com sérias consequências de toda ordem.

Se a este contexto somamos os abusos na bebida, a irresponsabilidade no trânsito, o consumo de drogas, se completa o quadro de ambiguidades e de excessos, que expõem as pessoas a sérios riscos, de que elas na hora não se dão conta, tornando assim ainda mais perigosos os ambientes resultantes destas ambiguidades do carnaval.

Quem mais está exposto a estes exageros é a juventude. Por sua sede de experiências fortes e de liberdade total, facilmente os jovens se tornam vítimas dos seus próprios exageros.

Neste ano, passado o carnaval, a juventude estará no centro de nossas atenções, pela Campanha da Fraternidade. Foi muito oportuna esta opção da CNBB, de fazer da juventude o tema central deste ano. E de novo, o confronto do carnaval com a quaresma se torna símbolo da situação da juventude.Para o carnaval os jovens vão, sem precisar de convite. Para refletir sobre suas vidas, no contexto da Campanha da Fraternidade, temos que encontrar maneiras de nos aproximar dos jovens, e convidá-los a participar.

Neste ano, o carnaval acontece sob o impacto da tragédia de Santa Maria, e com a disposição do policiamento de coibir rigorosamente os motoristas de dirigirem alcoolizados. Que estes dois fatores sirvam de alerta a todos. Para que, passado o carnaval, possamos viver com intensidade o tempo da quaresma. Que ela seja bem vinda!

Por Dom Demétrio Valentini.
FONTE: Adital.