Aliado antigo e disciplinado do PT e PSB, seja no plano nacional ou local, o PCdoB tem seus rebeldes com causa. É na juventude comunista que está a principal força do partido no estado.
Embora a legenda seja vista no Congresso como “nanica”, por ter apenas 15 deputados federais e dois senadores, é a mais forte entre os estudantes secundaristas e universitários em Pernambuco. Os jovens dessa sigla comandaram os “cara pintadas”, no histórico “Fora, Collor”, e ocupam cargos importantes nas direção estudantis.
Sob a liderança de Thiara Milhomem, 21 anos, o PCdoB comanda atualmente a União da Juventude Socialista (USJ) em Pernambuco – um dos principais movimentos estudantis que tem 14 mil filados no estado e mais de 100 mil no Brasil. Ela garante que, apesar das mudanças na legenda, que hoje faz alianças com o PR e o PP, os estudantes “têm lado” e não foram cooptados.
Segundo Thiara, a legenda é tradição entre os estudantes pernambucanos pelo papel que exerce nas reivindicações sociais em defesa dos jovens. Inclusive, a categoria já revelou para a política pernambucana nomes como Luciano Siqueira e Luciana Santos, respectivamente, deputado estadual e federal do PCdoB. “Estamos vivendo um processo de mudanças. Desde o início do governo Lula, há mais acesso a empregos, educação pública e universidades… Não podemos negar os avanços. Mas temos o papel de nos indignar”, observou, referindo-se especialmente à corrupção.
Thiara Milhomem considera uma injustiça a juventude ser rotulada de “individualista” e “sem causa”. Para ela, os jovens de hoje se posicionam diferente da época da ditadura, porque a luta é outra. “Na ditadura, os jovens brigavam por um direito básico que era a liberdade de expressão. Hoje, a gente pode se expressar nas redes sociais e as pautas são as mais diversas possíveis. A gratuidade da Universidade de Pernambuco (UPE), por exemplo, foi uma conquista nossa. Quem levantou essa bandeira foi a juventude”, lembrou. (A.M.)
Fonte Diario de Pernambuco
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