Por: Marcela Balbino.
Moradores da Casa do Estudante, no câmpus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, esperam há quase um ano a finalização da reforma no espaço. A obra, prevista para ser entregue em maio do ano passado, apresenta várias irregularidades: pias vazando, infiltrações no teto e nas paredes, fiações elétricas expostas e banheiros com poucas condições de uso. Os estudantes alegam que o material utilizado na construção é de baixa qualidade. Na casa feminina, o serviço nem começou. Desde agosto de 2010, as residentes desocuparam o local e recebem, mensalmente, um auxílio-moradia no valor de R$ 300.
A recuperação da casa masculina, orçada em R$ 377 mil, começou em novembro de 2009 e a previsão era que durasse 180 dias. No entanto, a imagem do local é precária. A nova fiação elétrica está exposta pelos corredores e as torneiras, de onde deveria funcionar uma copa, não têm água, os bebedouros ainda não estão instalados. Em alguns banheiros, reformados há pouco tempo, não há iluminação, os chuveiros apresentam defeito, as portas dos boxes não fecham e os mictórios estão inutilizados.
Segundo o estudante Mark Anderson Braz, 24 anos, após o início dos trabalhos a situação piorou. “Ganhamos uma nova infiltração no quarto”, ironiza. “O material que tinha antes não quebrava facilmente, este novo parece descartável.”
Na unidade feminina, que fica por trás da reitoria, o quadro é ainda pior. O início da reforma, prevista para começar em 2010, não saiu do papel. Os banheiros da unidade estão em péssimo estado e as infiltrações tomam conta das paredes. “Quando chove inunda tudo, entra água nos quartos. A Casa da Estudante não é um favor, é um direito que conquistamos”, afirma a diretora da unidade, Cybele Montenegro.
No ano passado, 80 estudantes desocuparam a moradia. “Disseram que as obras só começariam depois que o lugar estivesse vazio. E agora? Liberamos a casa e não temos nem previsão de quando vai começar a reforma”, explica a estudante de engenharia química, Idayana Marinho. A unidade feminina possui 16 quartos com cinco vagas para residentes e um dormitório para hóspedes, com 16 camas. Devido à demora para o início das obras, as novatas não conseguem vagas, nem assistência.
De acordo com a pró-reitora acadêmica, Ana Cabral, a obra na unidade masculina passa por dois processos distintos. O primeiro inclui reparos nas redes elétrica e hidráulica, na copa e pintura na parte interna. Posteriormente, serão feitos os ajustes externos. “A demora deve-se a problemas com a empresa responsável pela reforma, mas esperamos que até o fim de junho o serviço esteja concluído.” Ana Cabral afirmou desconhecer as irregularidades no prédio masculino, mas disse que encaminhará um técnico elétrico para vistoriar e solucionar os problemas. Segundo a pró-reitora, as obras da casa feminina começam na primeira semana de abril, com prazo de 120 dias para conclusão.
Fonte: Jornal do Commercio
Publicação - 27-03-2010
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