Traçando um panorama entre os mercados globais de trabalho para jovens e a ‘persistente’ crise econômica mundial, o relatório "Tendências Mundiais do Emprego Juvenil em 2013 – Uma Geração em Perigo”, lançado no último dia 8 de maio pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), demonstra o preocupante crescimento dos índices de desemprego para essa população.
Após uma redução, dos 12,7% registrados em 2009 para 12,3% em 2011, a taxa mundial de desemprego juvenil voltou a subir em 2012, registrando um índice de 12,4%. A estimativa é a de que esse percentual alcance os 12,6% neste ano. "Trata-se de 1,1% acima do nível prévio à crise de 2007 (11,5%)", compara o informe. A situação é preocupante, pois ao que tudo indica, o índice de desemprego juvenil alcançará a taxa de 12,8% em 2018, revelando uma tendência de aumento global.
De acordo com os dados coletados, a estimativa é a de que cerca de 73,4 milhões de jovens estarão desempregados em todo o mundo neste ano, o que significa 3,5 milhões a mais do que em 2007 e 0,8 milhões a mais que em 2011. Segundo o estudo, o enfraquecimento da recuperação econômica em 2012 e 2013 agravou a crise do emprego juvenil, dificultando ainda mais o acesso de jovens ao mercado de trabalho. A dificuldade chega a tal ponto que faz com que muitos jovens cheguem a desistir de continuar buscando um trabalho.
Conforme a análise da OIT, devido a atual situação, os/as jovens estão menos seletivos com empregos e agora aceitam mais trabalhos em tempo parcial ou empregos temporários. O emprego estável e de qualidade está cada vez mais escasso, sobretudo em regiões em desenvolvimento. Os custos e as consequências econômicas e sociais do desemprego, segundo o informe, impactam no potencial de crescimento das economias.
Tendências Regionais e na América Latina
As taxas de desemprego juvenil variam muito de uma região para outra. Em 2012, as taxas mais altas de desemprego juvenil se registravam no Oriente Médio (28,3%) e na África do Norte (23,7%), enquanto as mais baixas correspondiam à Ásia Oriental (9,5%) e à Ásia Meridional (9,3%). Na América Latina e no Caribe, a atual taxa de desemprego entre os/as jovens é de 12,9% e caso se mantenha a tendência atual de crescimento, o desemprego juvenil na região alcançará o índice de 13,6% em 2018.
Tão preocupante quanto o índice de desemprego é a taxa de jovens latino-americanos/as e caribenhos/as que nem estudam, nem trabalham, a chamada geração "NiNi”, que chegou em 2008 em torno dos 19,8%. Segundo os dados da OIT, grande parte dessa geração "NiNi” justificou a falta de um emprego declarando se ocupar de tarefas domésticas. No entanto, essa condição, coloca os/as jovens em uma situação de "risco de exclusão social e laboral”. Segundo a OIT, a desocupação de pessoas entre 15 e 24 anos na região poderá piorar nos próximos cinco anos. A situação é mais grave para as jovens mulheres. Apesar dos avanços e do crescimento econômico registrado nos últimos anos na América Latina, a juventude não tem sido beneficiada.
De acordo com o informe, embora não exista uma "única solução para todos”, é preciso que os governos façam uma análise profunda da realidade dos mercados de trabalhos dentro de cada contexto nacional, para assim elaborar programas e políticas de intervenção. Também é preciso tirar os jovens do 'círculo vicioso' de educação precária e falta de formação e qualificação; empregos não produtivos e pobreza, e impulsionar um movimento global baseado no Chamado à Ação da OIT, resolução de junho de 2012, que identifica cinco áreas chaves para desenvolvimento de ações, como: política econômica e de emprego, educação e formação a fim de melhorar o acesso ao trabalho, políticas de mercado para promover o emprego de jovens desfavorecidos, iniciativas empresariais para ajudar jovens iniciantes e direitos trabalhistas baseados nas normas internacionais de trabalho.
Para ler o relatório na íntegra (em inglês) clique aqui. Para ver o resumo executivo, em espanhol, clique aqui.
Por Tatiana Félix
FONTE: Adital Jovem
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