segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mesmo Invisibilizados, Jovens Negros Cearenses Exercem Seu Protagonismo.

Existe no imaginário da população cearense a falácia de que "no Ceará não há negros”. Apesar de ter em suas festas tradicionais elementos da cultura negra como reisados, congadas e o tão conhecido maracatu, o pouco reconhecimento da identidade negra no Ceará talvez contribua para a invisibilidade desta população e dos problemas que ela enfrenta no estado. 

De acordo com o último Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ceará possui uma população de 8.452.381 pessoas. Deste total, apenas 385.207 se declaram negros e negras. Os/as jovens negros/as cearenses, de 15 a 24 anos de idade, somam 69.344. Como, então, defender os direitos de uma juventude "invisível”? 

 Seguindo a tendência do Brasil, os homicídios no Ceará, classificados por raça e cor, registram uma grande diferença entre brancos e negros. De acordo com o Mapa da Violência 2012 – Os novos padrões da violência homicida no Brasil, do Instituto Sangari, o Ceará registrou, em 2010, o assassinato de 1613 negros, frente a 275 brancos. 

Quando se trata da população jovem, as pesquisas demonstram que é na faixa etária dos 15 aos 24 anos onde estão concentradas as mortes, que se estendem também de forma significativa até os 29 anos de idade. 

Apesar do aumento constante desses dados, não deixando dúvidas sobre o fato de que os jovens, sobretudo negros, correm alto risco de morte, ainda não há políticas públicas de enfrentamento a esse tipo de violência, que consigam reverter o quadro atual e que garantam a segurança desses jovens. "Pelo contrário, a vitimização juvenil no país continua crescendo, sendo claro indicador da insuficiência dessas políticas”, indica o relatório. 

Para tentar reverter essa realidade é que os/as 18 jovens do Coletivo Enegrecer Ceará discutem políticas públicas, lutam para combater o racismo e para exercer seu protagonismo, sobretudo, na defesa da população jovem negra, desde 2006. 

Participantes da campanha contra o genocídio da juventude negra, o Coletivo Enegrecer Ceará também desenvolve, em nível local, o projeto "Ubuntu - Juventude Negra, Juventude Viva”, financiado por edital da Prefeitura Municipal de Fortaleza. 

Geyse Anne Souza da Silva, de 19 anos, coordenadora do projeto, explica que a intenção é dialogar sobre o genocídio da juventude negra e escolheram a escola, onde se encontra a maioria dos jovens, para desenvolver a campanha. 

Os encontros com os alunos da escola estadual Irapuan Cavalcante Pinheiro, localizada no Conjunto Esperança, na periferia de Fortaleza, aconteceram entre junho e julho deste ano, através de oficinas que debateram sobre a questão racial, o genocídio da juventude negra, cotas raciais nas universidades, rodas de capoeira, além de apresentação de um vídeo sobre afirmação da juventude negra. 

Com o fim das atividades, que coincidiu com o período escolar de férias, ficou uma certeza: a intenção de voltar e dar continuidade aos trabalhos. "Queremos voltar porque a aceitação dos estudantes e da diretoria foi boa e queremos continuar para abranger mais pessoas nas oficinas sobre genocídio”, revela, destacando o sucesso do primeiro projeto realizado pelo Coletivo Enegrecer do Ceará. 

"A expectativa foi boa e foi uma experiência nova para mim e para os outros militantes. A gente pretende fazer [o projeto] em outras escolas, levar o debate para a juventude negra de Fortaleza, e também para os brancos”, declara Geyse Anne. 

Fortalecimento:

Gabriel Silva, de 29 anos, um dos integrantes da coordenação do Coletivo Enegrecer Ceará, citou a relação com outros movimentos juvenis de Fortaleza, como a organização Juventude Negra Kalunga. "Somos coletivos diferentes, mas com participação política igual. O Enegrecer tem mais participação de estudantes, enquanto a Kalunga é mais popular nos bairros. É preciso ter diversos coletivos para fortalecer a luta do movimento jovem negro no Ceará”, comenta. 

Kalunga:

Surgida em 2007, a Juventude Negra Kalunga enfrentou vários desafios até conseguir conquistar seu espaço. Isso é o que relata Luizete Vicente, de 27 anos, uma das integrantes do grupo, atualmente composto por 10 jovens. 

Segundo ela, a Kalunga passou por situações como a falta de apoio de outros movimentos, inclusive o negro, até a realização de atividades sem público. "A gente ia fazer atividades e ouvia "Ah, vocês não são negros, vocês são morenos, pra que vocês estão discutindo isso?”. Já começava assim. Ou: "vocês são tão novinhos”... Aí tinha esse problema”, lembra. 

Para superar os desafios, os/as jovens passaram por momentos intensos de estudo e formação interna até conseguirem ser aprovados em um projeto da Geração MudaMundo – da Ashoka, em 2008, o que possibilitou realizarem formações dentro das escolas. A experiência mostrou que a Kalunga encontrava seu caminho. 

 "A gente chegava e não era só no período do 20 de Novembro (Dia Nacional da Consciência Negra), a gente ia muito antes e dava formação. A gente falava sobre a história do negro no Ceará, sobre conceito, a cultura, a identidade cultural negra, e por último, a juventude”, explica. 

 A partir daí, o grupo começou a se fortalecer cada vez mais, ganhar o respeito de outros movimentos e realizar parcerias. Em 2010 a Kalunga fica responsável por organizar o "Seminário Nacional Lutas e Resistências da Juventude Negra”, dentro do I Festival das Juventudes em Fortaleza. "Esse foi o seminário que determinou realmente o nosso espaço e a pauta aqui dentro”, ressalta. 

Enfrentando altos e baixos, o grupo planeja seus próximos passos. "Com a aprovação das cotas a Kalunga vai ter agora um novo momento, que é discutir dentro das universidades a questão das cotas raciais”, revela. De acordo com Luizete, o grupo já está se articulando para fechar parcerias com as duas universidades públicas do estado, Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Estadual do Ceará (UECE), para realizar rodas de conversa sobre cotas. 

Redenção? 

O estado do Ceará se vangloria de ter sido a primeira província brasileira a abolir a escravidão no Brasil, a ponto de ser conhecido como ‘Terra da Luz’. O feito aconteceu na cidade de Redenção em 25 de março de 1884 – quatro anos antes, então, do 13 de Maio, marcado pela assinatura da Lei Áurea, em 1888. A abolição, no entanto, se deu num contexto, onde a presença do povo negro não era, sob o ponto de vista comercial, interessante para os fazendeiros e demais castas ricas cearenses, uma vez que não se teve fortemente a cultura de cana-de-açúcar ou do café, comum em outros estados como Bahia e Rio de Janeiro, por exemplo. 

 "Negros no Ceará – Redenção?” é uma série de matérias elaboradas por ADITAL que busca retratar e questionar a história atual do povo negro no Ceará. Quais são suas lutas, como se identificam neste processo ainda bem marcado pelas nuanças brancas, o que tem a dizer sobre o orgulho de ser negro, o que acham das políticas afirmativas, o que pensam do preconceito. Essas são algumas das diretrizes que procuram evidenciar esta cultura rica que, embora invisibilizada, pulsa forte como uma batida do maracatu e que cada vez mais conquista seu espaço através de muita luta, que reverbera em seus tambores o ritmo da justiça e o anseio de peitar uma dívida histórica social. 

Conheça mais do Coletivo Enegrecer e da Juventude Negra Kalunga acessando os respectivos blogues:
http://enegrecer.blogspot.com.br/ 
http://juventudenegrakalunga.blogspot.com.br/

Fonte: Adital.
Por Tatiana Félix.

Relatório da OIT Aponta que a Taxa de Desemprego Juvenil Continua Elevada.

O Brasil registrou avanços significativos em diversas áreas do trabalho decente nos anos recentes, mas ainda persistem inúmeros desafios, entre eles, a alta taxa de desemprego juvenil. É o que constata o relatório “Perfil do Trabalho Decente no Brasil – Um Olhar sobre as Unidades da Federação”, divulgado em 19/7 pelo Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil. 

Seguindo uma tendência mundial, em 2009 a taxa de desemprego entre os jovens (15 a 24 anos de idade) era de 17,8%, sendo mais do que duas vezes superior à taxa total de desemprego (8,4%). A taxa de desemprego das mulheres jovens (23,1%) era bastante superior à dos homens jovens (13,9%). Os níveis de desocupação dos/as jovens negros/as (18,8%) também eram mais elevados que o dos/as brancos/as (16,6%). A desigualdade era ainda mais expressiva entre as jovens negras, cuja taxa de desocupação (25,3%) chegava a ser 12,2 pontos percentuais superior a dos jovens brancos do sexo masculino (13,1%). 

O desemprego juvenil apresentava grande variabilidade ao longo do território nacional. As taxas variavam desde 9,8% no Piauí até 27,0% no Amapá, isto é, quase o triplo entre os extremos. Entre as mulheres jovens as maiores taxas se registravam no Amapá (34,9%) e Sergipe (29,8%). 

Ainda entre os resultados apresentados pelo relatório, o percentual de jovens que não estudam e nem estão ocupados no mercado de trabalho era elevado e variava significativamente por sexo e cor ou raça 

Em 2009, um expressivo contingente de 6,2 milhões de jovens (18,4% do total) não estudava nem trabalhava. A análise deste indicador segundo uma perspectiva de gênero revela que a proporção de mulheres adolescentes e jovens que não estudavam nem trabalhavam (24,8%) era o dobro da proporção de homens na mesma situação (12,1%). A porcentagem era ainda mais elevada entre a juventude negra (20,4%) em comparação com a branca (16,1%), sendo que alcançava 28,2% entre as jovens negras, o que significa que aproximadamente uma entre cada três jovens mulheres negras se encontrava nessa situação. 

 Em três estados a proporção de jovens que não estudavam nem trabalhavam situava-se em torno de 25,0%: Pernambuco (25,7%), Alagoas (25,0%) e Amapá (24,6%). As menores proporções eram observadas em Santa Catarina (11,0%) e Piauí (14,0%). 

Relatório:

O relatório constitui a segunda edição do Perfil do Trabalho Decente no Brasil. Ele se refere predominantemente à segunda metade dos anos 2000, mas inclui também diversos indicadores para os anos de 2010 e 2011. Incorpora um conjunto muito mais amplo de indicadores do que os contemplados na primeira edição, lançada em 2009. Traz a novidade de desagregar pelas Unidades da Federação a maioria dos indicadores apresentados e de incluir um capítulo sobre as empresas e o trabalho decente. A apresentação dos dados por Unidade da Federação é inédita e pioneira no âmbito de um projeto piloto internacional da OIT, realizado com o apoio da União Europeia, que tem como objetivo avançar na mensuração do Trabalho Decente, abarcando dez países do mundo. 

Além de apresentar informações importantes para aprofundar a análise sobre as diversas dimensões do Trabalho Decente e contribuir à definição e aperfeiçoamento de políticas em diversas áreas, o relatório visa contribuir para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da metodologia de medição do Trabalho Decente. Esse esforço metodológico “deverá ser aperfeiçoado em futuras edições deste relatório, por intermédio de novas contribuições oriundas de oficinas de consulta tripartite no âmbito da medição do Trabalho Decente”, afirma a Diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, no prefácio da publicação. 

 O relatório ainda aponta que o Brasil teve avanços significativos nas dez dimensões do trabalho decente analisadas: Oportunidades de Emprego; Rendimentos Adequados e Trabalho Produtivo; Jornada de Trabalho Decente; Combinação entre Trabalho, Vida Pessoal e Vida Familiar; Trabalho a ser Abolido; Estabilidade e Segurança no Trabalho; Igualdade de Oportunidades e de Tratamento no Emprego; Ambiente de Trabalho Seguro; Seguridade Social e Diálogo Social e Representação de Trabalhadores e Empregadores.). 

Vários deles foram mais acentuados nas regiões mais pobres do país e em grupos em situação de maior desvantagem no mercado de trabalho, como as mulheres e os negros. Como resultado, diminuíram as desigualdades (de gênero, raça e entre as regiões do país), ainda que, em muitos indicadores, o nível dessa desigualdade ainda seja bastante elevado. 

 Essas são algumas das conclusões do estudo, que, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Censo Demográfico de 2010 e de outros registros administrativos e estatísticas oficiais, apresenta informações inéditas sobre as 27 Unidades da Federação do país 

A elaboração do relatório foi precedida de um processo de consulta com os constituintes tripartites da OIT no País. Alguns dos seus principais resultados são os seguintes: 

O relatório está disponível no site da OIT http://www.oit.org.br 
Fonte: Com informações da OIT/Site da Secretaria Nacional de Juventude.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Campanha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens é Tema de Seminário em Feira de Santana (BA)

Como forma de chamar a atenção para a violência contra jovens, as Pastorais da Juventude e Universitária da Arquidiocese de Feira de Santana, na Bahia, promoverão, no próximo dia 19, o 1° Seminário da Campanha contra a Violência e o Extermínio de Jovens. O evento está marcado para começar às 8h no auditório 2 da Universidade Estadual do município baiano. As inscrições podem ser feitas pela internet. 

 De acordo com Erik Nascimento, coordenador da Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese de Feira de Santana, a ideia do encontro é discutir sobre a violência e divulgar as ações da Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens. Para isso, os/as participantes serão apresentados/as à Campanha e discutirão sobre os tipos de violência contra jovens mulheres, negro/as e juventude rural. 

O seminário ainda promoverá discussões sobre segurança pública e painéis de "Experiências de movimentos de ações contra a violência”. A expectativa de Erik é que o evento reúna cerca de cem pessoas, entre jovens, universitários/as, integrantes de pastorais e organizações sociais. O evento, de acordo com ele, ainda contará com a presença do coordenador da Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens, e de representantes do Conselho Estadual de Juventude e da Coordenação Estadual de Políticas Públicas para a Juventude. 

 O coordenador da PJ de Feira de Santana explica que a intenção é que sejam formulados posicionamentos da juventude sobre o assunto a partir das discussões das mesas de debate. "Queremos debater o porquê dessa violência e como enfrentar”, comenta, destacando o aumento da violência na região e ressaltando a maior vulnerabilidade de jovens negros/as e mulheres. 

Violência em Números:

Dados do Mapa da Violência 2012, realizado pelo Instituto Sangari, apontam que Feira de Santana registrou, em 2010, 342 homicídios, o que deixou a cidade em 24° lugar na lista estadual de municípios com mais de 10 mil habitantes com maiores índices de assassinato na Bahia. No ranking nacional, a cidade aparece na posição 152. 

 Em âmbito nacional, o estado da Bahia aparece em 7° lugar nos estados com mais altos índices de homicídios. Segundo o estudo, a Bahia registrou, em 2010, 2.215 assassinatos de jovens de 15 a 24 anos de idade. 

Mais informações nos blogs da Pastoral da Juventude e da Pastoral Universitária de Feira de Santana ou no Facebook do evento.

Fonte: Adital.
Por Karol Assunção.

Congresso Discutirá Sobre Militâncias Juvenis na América Latina

De 29 de agosto a 1° de setembro, a cidade de La Banda, na província argentina de Santiago del Estero, sediará o I Congresso Educação, Democracia e Juventudes Militantes. O evento, que ocorrerá no Instituto Superior Jesus El Maestro, reunirá estudantes, professores e jovens militantes da Argentina e de outros países da região latino-americana. 

 A ideia é reunir jovens e estudantes para debater sobre as experiências coletivas de estudantes militantes do "Grande Norte e da América Latina”. Na ocasião, os/as participantes também discutirão sobre o tema "Fraternidade Política: reconhecimentos e militâncias estudantis alternativas”. 

De acordo com o documento de apresentação do congresso, o evento tem o objetivo de "reinstalar a categoria ‘fraternidade política’ na práxis estudantil, a fim de fortalecer espaços de empoderamento, buscas, reconhecimentos e projeções nos diferentes exercícios de militâncias alternativas nacional e latino-americana”. A atividade ainda tem o propósito de gerar reflexões sobre a participação de jovens e estudantes em espaços políticos acadêmicos e sociais, assim como incentivar a formação de iniciativas estudantis. 

 "O espaço do congresso terá uma grande complexidade ideológica, queremos aprender a discutir, debater na complexidade sem eliminar os pensamentos diferentes, pelo contrário, queremos trabalhar desde uma ecologia de saberes muito mais ampla e recuperar os saberes populares, camponeses, originários, urbanos, lugares de onde provêm os estudantes”, destaca o documento. 

Durante os quatro dias, os/as jovens terão a oportunidade de participar de debates e oficinas sobre questões relacionadas à educação, política, militância juvenil e emancipação social. Dentre as mesas, destacam-se: "Discussões sobre educação e política: novos mapas, novos desafios”; "Os jovens e a construção pela emancipação social na América Latina e no Caribe”; e "Juventudes, militâncias e espaço de governo: roda de experiências sobre militância juvenis estudantis”. 

 O evento também oferecerá oficinas sobre: "Escola e cidadania: abordagem a partir do pensamento de Paulo Freire”; "Educação e povos originários: os desafios da interculturalidade, identidade política e direito”; "Territorialidade: o direito à terra como direito à vida”; "Educação, arte e libertação”; e "Povo e práxis libertadora desde uma perspectiva teológica latino-americana”. 

O Congresso Educação, Democracia e Juventudes Militantes é organizado por: Instituto Superior Jesus, o Mestre; Centro de Estudos, Pesquisa e Comunicação Oscar Romero (Ceicor); e Mútuo do Bicentenário ‘Nunca Menos’. 
Para mais informações acesse: https://sites.google.com/site/jesuselmaestrolb ou escreva para: edu.dem.juv.12@gmail.com

Fonte: Adital.
Por Karol Assunção.

Acampamento Estadual do Levante da Juventude Reunirá Cerca de 500 Jovens em Santa Maria (RS)

As juventudes gaúchas já estão preparadas para participar do 8° Acampamento Estadual do Levante Popular da Juventude. Assim como nos anos anteriores, a atividade será realizada em paralelo à 8ª Feira de Economia Solidária do Mercosul e à 19ª Feira Estadual do Cooperativismo (Feicoop). Os eventos ocorrerão de sexta-feira (13) a domingo (15), em Santa Maria, município do Rio Grande do Sul, Brasil. 

 De acordo com Lúcio Domingues Centeno, integrante da coordenação estadual do Levante Popular da Juventude no Rio Grande do Sul, o Acampamento será um espaço de fortalecimento e de discussão sobre as próximas ações do movimento. "Será um espaço de assembleia com o debate sobre as principais linhas de ação para o próximo ano e de consolidação da coordenação estadual”, afirma. 

 Durante três dias, cerca de 500 jovens rurais e urbanos de diferentes regiões do estado trocarão experiências, discutirão sobre as principais demandas de cada segmento e buscarão avançar na construção do Projeto Popular para o Brasil, principal bandeira do Levante. "No Acampamento, o jovem tem a oportunidade de partilhar as principais demandas e os problemas, e se articular para construir uma pauta política, um projeto popular”, comenta. 

Lúcio explica que, além de ações autogestionadas para organização interna do Acampamento, os/as jovens poderão participar de oficinas, formações e debates sobre linhas estratégicas para o próximo ano. Destaque para o debate sobre "Juventude e Projeto Popular”, o qual discutirá sobre a conjuntura brasileira a partir de uma perspectiva geral para depois aprofundar em questões específicas que abordarão as três áreas de atuação do Levante: no campo, nas periferias urbanas, e no movimento estudantil. 

A intenção é que os/as jovens também aproveitem o momento para elaborar e entregar uma carta de reivindicações da juventude para a Secretaria Nacional de Juventude e para a Coordenadoria de Juventude do Rio Grande do Sul. 

O Acampamento ocorrerá neste fim de semana como atividade paralela às feiras de economia solidária que acontecem todos os anos no município gaúcho. Para Lúcio, é importante essa relação do Acampamento com as feiras porque estas também reúnem movimentos e organizações que lutam por um projeto alternativo para o país. "As feiras são espaços importantes de articulação no campo popular”, destaca. 

 Além do 8° Acampamento Estadual do Levante Popular da Juventude, ainda ocorrerão em paralelo à 8ª Feira de Economia Solidária e à 19ª Feicoop: a 11ª Feira Nacional de Economia Solidária, a 12ª Mostra da Biodiversidade e Feira de Agricultura Familiar, e o 8° Seminário Latino-Americano de Economia Solidária.

Fonte: Adital.
Por Karol Assunção.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Relatório Chama Atenção Para Necessidade de Investimento na Juventude.

Investir na Juventude na América Latina e no Caribe: Um imperativo de direitos e inclusão. Esse é o título do informe apresentado na semana passada pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). O documento, que destaca a situação da juventude na região, foi um dos destaques da reunião do Comitê Especial da Cepal sobre População e Desenvolvimento 2012, o qual ocorreu na semana passada em Quito, no Equador. 

O informe destaca a necessidade de aproveitar o momento demográfico da América Latina e do Caribe – com grande quantidade de jovens – para investir na juventude de agora a fim de evitar maiores problemas no futuro. "Se se investe hoje em sua formação educativa e para o emprego, assim como em sua saúde, as possibilidades de que se realizem uma contribuição decisória para o desenvolvimento da região é clara. Do contrário, quando estes/as jovens forem adultos e idosos, suas possibilidades de se valerem por si mesmos se verão seriamente constrangidas e os investimentos que não se realizaram hoje serão exigidos no futuro, ainda que em um cenário completamente desfavorável”, destaca. 

Os dados da publicação também alertam para a importância desse investimento. De acordo com o relatório, informações da Organização das Nações Unidas (ONU) do ano passado destacavam que 26% das pessoas da região têm entre 15 e 29 anos de idade. 

Apesar da porcentagem significativa de jovens, os dados sociais não são animadores. Segundo o estudo, cerca de um terço da juventude latino-americana e caribenha vive em situação de pobreza. Em 2009, 30,3% dos/as jovens de 15 a 29 anos da região eram pobres e 10,1% viviam na indigência. 

O informe ainda chama a atenção para jovens que não estudam nem trabalham. Conforme o documento, 16% das pessoas de 15 a 29 anos estão nessa situação na América Latina e no Caribe. São jovens excluídos/as tanto do sistema educacional quanto do mercado de trabalho. Essas e outras exclusões - como gravidez precoce, violência, falta de acesso à educação, entre outras – contribuem para a reprodução da pobreza em gerações futuras. 

As organizações que produziram o relatório reforçam ainda a importância de elaborar sistemas de proteção e promoção social para as juventudes. "Estes sistemas deveriam responder os requerimentos específicos e os principais déficits que hoje devem enfrentar nossas juventudes e suas famílias. Busca-se que as medidas contempladas estejam fundadas em garantias e que estas, por sua vez, se baseiem nos direitos internacionalmente reconhecidos. Para isso, requer-se o compromisso decidido dos Estados para fundar um novo pacto junto a seus jovens e uma agenda explícita de investimento que garanta sua plena inclusão e o desenvolvimento de seus projetos no centro das sociedades”, destacam. 

Confira o documento completo em: http://www.cepal.org/publicaciones/xml/8/47318/Informejuventud2011.pdf 

 Reunião da Cepal  

A reunião do Comitê Especial da Cepal sobre População e Desenvolvimento ocorreu entre os dias 4 e 6 de julho em Quito, no Equador. Além de juventude, o evento discutiu questões como população, direitos e desenvolvimento. Na ocasião também foi apresentado o relatório População, território e desenvolvimento sustentável, elaborado por Cepal com o apoio do UNFPA. 

Por Karol Assunção.
Fonte: Adital.

Nas Eleições Municipais a UJS-Olinda tem Lado, Voz e Candidatos.


Após um vitorioso congresso municipal  e uma ampla participação nas demais estapas congressuais (estadual e nacional) a União da Juventude Socialista - Olinda apresenta a sociedade sua opinião à respeito das eleições municipais do ano de 2012, com o lançamento da candidatura de Matheus Lins (65.000) à Câmara dos Vereadores e defendendo a reeleição de Renildo Calheiros (65) para a prefeitura.

Fruto de um longo processo de debates e alianças com outros setores e movimentos sociais, a candidatura de Matheus Lins (65.000) significa para UJS-Olinda a sua efetiva legitimação, enquanto instrumento de representação juvenil, como também, o amadurecimento político da entidade perante as demais forças políticas que compõem a sociedade olindense.

O Desafio e a Construção de Uma Nova Política:

Ao contrário das eleições anteriores, a direção da UJS-Olinda avalia que, visto o histórico de atuação da entidade dentro do município ao longo dos últimos 16 anos, não resta nenhuma dúvida que a organização está preparada para defender uma candidatura, proveniente dos movimentos juvenis, à câmara dos vereadores.

Sabemos que a juventude precisa, mais do que nunca, ser bem representada dentro de nossa cidade, além disso, estamos convencidos de que é fundamental enfrentar com muita ousadia o desafio de construir uma "nova política" dentro do município. E diante disso, apresentamos o candidato, Matheus Lins (65.000) como a melhor alternativa para a concretização de um projeto político vitorioso para o povo olindense.

A atual conjuntura política e econômica da cidade é muito positiva e favorável para avançarmos ainda mais. Em virtude da atual gestão, a Frente Popular está unificada em torno da reeleição de Renildo Calheiros (65), unindo assim uma ampla maioria de partidos políticos e movimentos sociais. Essa realidade pode ser entendida, como produto de um governo forte, democrático e popular que  faz do município, uma referência para o desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil.

Os investimentos e as obras provenientes do governo federal e estadual é uma realidade visível para os moradores de todos os bairros de Olinda, fazendo com que, a qualidade de vida da população venha melhorando cada vez mais. Contudo, existem novos desafios que precisam ser incorporados na agenda pública municipal, para que os avanços não parem por aqui. E para isso, é fundamental contarmos com um Poder Legislativo forte e de grande competencia. A população olindense necessita de uma Câmara de Vereadores capaz de responder à altura aos novos desafios e demandas municipais, e justamente por isso, a UJS-Olinda defende Matheus Lins (65.000), como o vereador da juventude e do povo.


Por fim, acreditamos que a Câmara dos Vereadores pode jogar um papel mais relevante para o desenvolvimento da cidade. Não podemos mais contar com um legislativo amorfo, limitado e resumido apenas a política de caráter assistencialista. E nada melhor que a ousadia da juventude para tranformar essa realidade. Matheus Lins (65.000) é o candidato que vai representar os novos desafios de Olinda nos espaços de poder e decisão, construindo assim, uma "nova política" e fortalecendo a luta por um efetivo projeto nacional de desenvolvimento econômico e social.


O Candidato:

Matheus Lins (65.000)é o secretário de organização da direção estadual da UJS/PE e vice-presidente da UJS-Olinda. Foi protagonista no processo de reconstrução da União dos Estudantes de Pernambuco - UEP, além de ser referência política para as demais entidades estudantis e juvenis dentro do estado. Como educador, Matheus Lins (65.000), devota boa parte da sua vida trabalhando com jovens de diversas idades, adquirindo uma larga experiência no trabalho e no diálogo com os movimentos juvenis.


Além disso, Matheus Lins (65.000), participou ativamente da campanha pelos 10% do PIB para a Educação, projeto esse que foi incorporado ao PNE - Plano Nacional de Educação e aprovado pelos deputados federais no dia 26 de junho em Brasilia.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Jovens Sindicalistas Discutem Problemáticas da Juventude Trabalhadora da América Central.


Nos próximos dias 17 e 18, Manágua, capital da Nicarágua, sediará o III Encontro da Juventude Sindical da América Central. O evento, promovido pela Frente Nacional dos Trabalhadores (FNT) da Nicarágua e pela Federação Sindical Mundial (FSM) da América Central, pretende reunir jovens da região para discutir as problemáticas atuais da juventude trabalhadora. 

A partir do tema "Juventude Trabalhadora Diante dos Novos Desafios”, os/as participantes discutirão problemas como: pobreza, desemprego, violência, e drogas. A ideia, de acordo com o convite para o encontro, é "construir consensos sobre o tema da juventude trabalhadora na região” a respeito dessas questões e seguir a "construção de uma sociedade em benefício de todas e todos, incluindo os jovens e as jovens”. 

A programação do evento inclui conferências, mesas temáticas, exibições de vídeos e apresentações culturais. Destaque para os debates que ocorrerão no primeiro dia: "Nicarágua, a Revolução Popular Sandinista e o desempenho da juventude na II etapa da Revolução”; "A FNT e o trabalho com a juventude trabalhadora na Nicarágua”, com a participação de Gustavo Porras, coordenador nacional da Frente; e "A FSM e o papel da juventude trabalhadora”, com Manuel Ramos, da FSM Central. 

O segundo dia de encontro será dedicado às mesas de trabalho. Divididos/as em quatro grupos, os/as jovens discutirão pontos como: situação política, econômica e sindical da região e agenda das organizações sociais; fortalecimento dos sindicatos no enfrentamento ao sistema capitalista; juventude e luta política sindical; e juventude e equidade de gênero. 

A expectativa é que os/as jovens possam expor os debates das mesas para os/as participantes do evento e que o encontro seja encerrado com a leitura da declaração "Comitê de Jovens”. 

A realização do III Encontro da Juventude Sindical da América Central faz parte dos acordos estabelecidos no segundo encontro, ocorrido entre os dias 7 e 9 de dezembro, na Costa Rica. Além da organização do terceiro encontro, as juventudes presentes no evento passado ainda decidiram criar um Comitê Regional Centro-Americano da Juventude, estabelecer o dia 14 de maio como Dia de Ação da Juventude Sindicalista da FSM na América Central e no México, buscar ações que incentivem a participação de mulheres nas organizações sindicais, entre outros pontos. 

Juventude do Cone Sul:

As juventudes trabalhadoras da América do Sul também estão articuladas. Nos dias 29 e 30 de junho, jovens de Argentina, Brasil, Chile, Equador, Paraguai e Uruguai se reuniram em Buenos Aires, na Argentina, para participar do Encontro da Juventude Trabalhadora do Cone Sul da Federação Sindical Mundial. O evento contou ainda com a presença de jovens de Cuba e do México. 

De acordo com informações da Federação Sindical Mundial, as discussões giraram em torno das lutas das juventudes sul-americanas, do plano de ação para a região, e da integração solidária. O próximo Encontro da Juventude Trabalhadora do Cone Sul ocorrerá em 2013, no Uruguai. 

Desemprego:

Não é à toa que o desemprego é uma das principais preocupações entre os/as jovens. No informe Tendências mundiais de emprego juvenil 2012, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que a taxa de desemprego entre jovens ainda é alta. De acordo com a publicação, lançada em maio passado, 75 milhões de jovens em todo o mundo estão sem emprego. Na América Latina e no Caribe, a taxa de desemprego juvenil no ano passado alcançou 14,3%. 

Por Karol Assunção.
Fonte: Adital.

Lançamento do Programa Casa Das Juventudes em Olinda.


 Na semana passada, a prefeitura do município de Olinda anunciou o lançamento da Casa das Juventudes. O projeto que é fruto da parceria entre a Secretaria da Criança e da Juventude de Pernambuco com a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude do município de Olinda. A Casa das Juventudes será um espaço de integração e organização dos diversos movimentos juvenis do município, além de oferecer cursos, oficinas, cinema e outras vivências junto aos jovens da cidade.

A sede oficial da Casa das Juventudes é no bairro de Rio Doce, contudo, devido a atrasos na entrega da reforma do prédio onde o projeto vai funcionar, as atividades da casa acontecerão em uma sede provisória, a partir da segunda quinzena de julho na Casa do Turista, situada nos Quatro Cantos de Olinda, dentro do sítio histórico do município.