sábado, 31 de dezembro de 2011

Estatuto da Juventude Está nas Mãos dos Senadores.


Jovens têm a responsabilidade de pressionar os parlamentares para votação acontecer nos primeiros meses de 2012.

Muitas matérias que aqueceram as discussões no Senado em 2011, e acabaram não sendo votadas, retornarão à pauta de trabalho dos senadores em 2012. Entre elas estão a Proposta de Emenda à Constituição, que disciplina o poder do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um novo projeto de lei para tratar da homofobia e o Estatuto da Juventude (Projeto de Lei da Câmara 98/2011).

Menos conturbado que a discussão sobre o CNJ, o Estatuto da Juventude teve a tramitação acompanhada de perto pela sociedade civil organizada como União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

A proposição em exame na Comissão de Constituição e Justiça, entre outros itens, regulamenta a concessão da meia-entrada, estendendo o benefício ao transporte intermunicipal e interestadual, e passando à responsabilidade de entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) a emissão das carteiras de estudante.

Entenda a Tramitação:

Depois da apresentação do substitutivo do relator, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), alguns senadores pediram mais tempo para analisar a proposta. A última vez que o Projeto de Lei figurou na pauta de votação dos senadores foi no dia 21 de dezembro.

O substitutivo do relator traz alterações no texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Uma delas é a limitação da meia-entrada a somente 40% dos ingressos de eventos culturais, artísticos e esportivos promovidos pela iniciativa privada e a 50% dos ingressos no caso de eventos com apoio do governo.
Outra mudança proposta pelo senador Randolfe foi a extensão do direito à meia-entrada a jovens carentes de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família, mesmo que estejam fora da escola.

Manifeste sua opinião na rede!

Durante as sessões de discussão da matéria no Senado, os estudantes fizeram protestos e mobilizações – como visita a senadores e ao presidente do Senado, José Sarney – em busca de apoio ao Estatuto.
No entanto, não é preciso viajar até Brasília ou tomar as ruas para manifestar seu apoio ao projeto da lei orgânica da juventude brasileira. Uma das maneiras de pressionar os parlamentares é enviando mensagens para os correios eletrônicos dos senadores e expressando sua opinião para sua rede de amigos através das redes sociais.

Na semana da última reunião do senado que tratou do tema, o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina, convidou os jovens conectados a participarem de uma mobilização virtual através da utilização do hashtag #EstatutodaJuventude.

Fonte: InfoJovem

Questão Ambiental é Pauta de Movimentos Juvenis Latino-Americanos.

Movimentos Amadurecem Suas Reflexões Para Rio+20

O meio ambiente voltou à pauta de discussões. Enquanto Governos e Chefes de Estado não entram em consenso sobre medidas eficazes para preservar o meio ambiente e reduzir os danos das mudanças climáticas, organizações sociais de várias partes do mundo lutam em busca de uma solução mais efetiva. Luta essa que também é dos jovens. A América Latina é um exemplo de região onde as juventudes estão preocupadas e atentas às discussões e ações pela preservação do meio ambiente.
Este é o caso dos estudantes da Universidade de El Salvador que, em junho de 2006, constituíram o Jovens X ½ Ambiente (JxMA). Criada com a intenção de ser “uma organização formadora de consciência crítica e propositiva diante dos problemas socioambientais, de maneira que as/os futuras/os profissionais do país ofereçam e promovam soluções concretas”, JxMA já realizou diversas ações em El Salvador, como fóruns, festivais, exposições e oficinas sobre a questão ambiental.
No México, os/as jovens estão reunidos, desde fevereiro de 2009, na Juventude Mexicana frente à Mudança Climática (JMFCC, por sua sigla em espanhol), rede de divulgação e comunicação sobre ações e pesquisas relacionadas às questões climáticas com o objetivo de incentivar a participação da sociedade nas discussões e estratégias de mitigação e adaptação.

A rede considera importante a atuação dos jovens em prol do meio ambiente tanto diante dos governos quanto da sociedade civil. “Funciona como uma rede, onde se proporcionam as ferramentas, vínculos e informações verdadeiras que permitam aos jovens do México, e dos países que desejam se somar, a compreender a mudança climática e com isso atuar para sua mitigação de maneira transdisciplinar”, descreve JMFCC em seu perfil do facebook.

No Brasil, jovens de vários estados se reúnem em redes e coletivos para debater a temática ambiental. É o caso do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Pará, que realiza formações ambientais em escolas e comunidades rurais do estado. Gilson Dias, coordenador-geral do Coletivo no Pará, explica que o grupo, na capital paraense, é formado por 14 pessoas entre 20 e 30 anos de idade.

De acordo com ele, nas escolas, os jovens trabalham as discussões ambientais com foco no consumo consciente; já nas comunidades rurais, os debates se centram no sentimento de pertença, de que o ser humano também faz parte do meio ambiente. “Nós estamos construindo o processo para gerações futuras. Temos de garantir as mesmas oportunidades para as gerações futuras e, por isso, é importante a gente preservar o que já existe”, comenta.

Na opinião dele, as discussões internacionais sobre o assunto “são um fracasso, pois muito se discute e pouco se resolve”. Ele cita como exemplo a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Apesar de todas as discussões e protestos, “o projeto está saindo e os governos estão se lixando”, opina.
Para Gilson, “a questão ambiental é uma questão de urgência” e precisa ser discutida para que as pessoas reflitam o modelo de sociedade e de consumo atual. “É uma questão de sobrevivência da sociedade. As pessoas têm que entender que nada é para sempre, que ninguém deixa a casa suja. A Terra é a nossa casa comum e devo cuidar dela, conviver de forma pacífica”, explica.

Meio Ambiente

Prestes a completar 20 anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – também conhecida como ECO92 e Rio92 -, organizações sociais e governamentais de vários países discutem sobre os avanços e desafios rumo ao desenvolvimento sustentável. Para ampliar o debate, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgou, neste ano, o relatório Dando seguimento a nosso ambiente mutável: De Rio a Rio+20.
O documento, apresentado no ano em que a população mundial chega à cifra de 7 bilhões de habitantes, relata as mudanças ambientais ocorridas de 1992 aos dias atuais. Destaque para o aumento no número de megacidades (com mais de 10 milhões de pessoas), o qual passou de dez, em 1992, para 21, em 2010.

Apesar das discussões sobre a redução da emissão gases de efeito estufa na atmosfera, o relatório aponta que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) continuam aumentando. Segundo o estudo, apenas 19 países são responsáveis por 80% das emissões globais do gás de efeito estufa. O estudo do Pnuma também revela, dentre outros pontos, o aumento no nível do mar e a perda de volume dos glaciares montanhosos.

Por outro lado, a pesquisa ressalta o investimento em soluções energéticas com baixas emissões de carbono. Da mesma forma, observa o crescimento da prática de ecoturismo (aumento três vezes maior que o turismo tradicional) e a promoção de política de reciclagem em vários países.

Fonte: Adital/EcoAgência

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Inscrições Para o Prêmio Agente Jovem Vão Até 31 de Janeiro.

Estão abertas, até 31 de janeiro, as inscrições para o Prêmio Agente Jovem, que vai premiar 500 produtores culturais em todo o Brasil. As iniciativas devem ser realizadas por jovens entre 15 e 29 ano, além de contribuir direta ou indiretamente para a transformação social. O edital do Prêmio foi lançado no dia 12 de dezembro, data do encerramento da 2ª Conferência Nacional de Juventude, que reuniu cerca de três mil jovens em Brasília (DF) para discutir os avanços e os desafios das políticas juvenis. De acordo com a secretária nacional de Juventude, Severine Macedo, o Prêmio atende a uma das reivindicações da Conferência, que ratificou o princípio de que a cultura é um direito fundamental de toda a juventude brasileira.

O projeto conta com investimentos de R$ 5 milhões e vai conceder prêmios de R$ 9 mil para cada iniciativa selecionada. De acordo com o edital, podem participar brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros que residam no país há mais de três anos. A iniciativa é desenvolvida pelo Ministério da Cultura, com a parceria da Secretaria Nacional de Juventude e dos Ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Agrário.

Na opinião da secretária Severine Macedo, o Prêmio foi lançado em um momento importante, quando a juventude se articula para conquistar e garantir seus direitos específicos. Ela ressalta que a premiação abrange uma faixa transversal das políticas públicas de juventude e contribui para o fortalecimento da agenda juvenil, por meio da parceria firmada entre a SNJ e demais ministérios, sobretudo o Ministério da Cultura, que tem diversos programas voltados diretamente para o público jovem.

Acesse aqui o edital do Prêmio

Fonte: Secretaria Nacional de Juventude.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Reforma Política: Um Debate Necessário Para o Brasil Avançar.

No campo da política não há espaço para formulas prontas quando estamos diante de problemas relacionados a natureza do Estado. Essas problemáticas, normalmente são frutos da própria dinâmica social e tendem a se tornar elementos essenciais para tranformarmos a realidade, além de adequar a funcionabilidade estatal ao seu contexto histórico. É nesse processo dialético que passam a surgir os novos desafios e novas demandas políticas que por sua vez, podem ou não determinar o início de uma transformação social.

E diante de tal contexto, é fundamental avaliar um pouco sobre o nosso papel como sujeito histórico, tendo em vista a responsabilidade de identificarmos esses novos desafios que podem condicionar uma transformação política para que nossa ação, enquanto cidadãos seja cada vez mais qualificada e fundamentada no atual momento que estamos inseridos. Não adianta pararmos no tempo e pensar que presente é apenas o bastante para lidarmos com as atuais demandas sociais, pelo contrário, precisamos utilizar de todas as lições que obtivemos no passado para daí, compreender a contemporaneidade e assim oferecer respostas concretas para as necessidades políticas atuais.

Enfim, é no acúmulo de força e no diálogo com outras opiniões que vamos obter a experiência necessária para compreendermos a nossa realidade. A maior prova disso, consiste no avanço que os partidos e entidades civis de ideologia progressista e de esquerda vem obtendo ao longo da última década, principalmente após a vitória eleitoral do presidente Lula em 2002. Foi um processo que não surgiu do dia para a noite, pelo contrário, foi uma construção histórica e obtida ao longo de um árduo processo de acúmulo de experiências, estudos e alianças políticas. Processo esse que vai sendo construído a medida em que as contradições vão se manifestando com mais intensidade e precisando assim de respostas mais fundamentadas às reais necessidades.

Vivênciamos uma década repleta de mudanças, principalmente no que diz respeito ao fortalecimento do diálogo e da participação popular dentro das instâncias deliberativas do poder político. Foi o momento em que os movimentos sociais, os partidos políticos de esquerda e as organizações civis passaram a ser os principais representantes do povo brasileiro, pois esses, foram capazes de entender toda a complexidade das relações políticas e ao mesmo tempo, criaram as condições necessárias para um período de intensas transformações sociais. Como sabemos, a ascensão desses setores políticos foi responsável pelo desenvolvimento das políticas públicas, das ações afirmativas e dos mecanismos de controle social.

Contudo, todos esses avanços também possibilitou um amadurecimento político que por sua vez, veio acompanhado por novas demandas, necessitando ainda mais a ampliação das ações políticas para que haja maior participação popular a fim de que esses novos desafios sejam incorporados à agenda publica. Ainda temos um longo caminho para debatermos sobre questões fundamentais para o desenvolvimento social do Brasil, e a reforma política é uma dessas questões. Felizmente, criamos condições reais para debatermos sobre essa temática, dentro e fora das instâncias burocráticas e conservadoras do Estado. Para ficar mais claro esse raciocínio, vamos pensar da seguinte maneira: se no passado, a juventude exigia mais escolas e universidades, hoje, temos que exigir uma revolução no modelo educacional do país; se os trabalhadores clamavam pela criação de novos postos de trabalhos, hoje, temos que lutar pela valorização e pelo trabalho decente e se a outrora, lutávamos por um projeto político voltado para as classes populares, hoje, temos condições de exigir uma reforma no modelo de organização política do país, para que possamos transformar o Brasil em uma democracia ampla, participativa e popular. Os novos desafios do século XXI estão lançados e o momento é bastante propício para avançarmos junto com os movimentos sociais.

Enfim, não podemos negar que chegamos a um momento de grande maturidade, e justamente por isso, temos total condições de identificar os próximos passos para avançar no processo de reformulação da democracia brasileira. Para isso, é fundamental romper com obstáculos institucionais que foram cristalizados nas raízes do Estado brasileiro, pois esses dificultam a possibilidade de se executar maiores transformações na atual conjuntura política. Além disso, também é necessário desconstruir a lógica que está inserida no atual modelo de democracia representativa do país. Democracia essa que em muitos caso, não favorece de forma eficaz a participação popular nas instâncias governamentais e que é facilmente manipulada por fatores externos, como a grande mídia e o capital privado. Nessa conjuntura, temos que fortalecer cada vez mais a ideia de uma democracia livre do capital econômico.

Estamos diante de uma nova contradição e os partidos políticos, junto aos movimentos sociais precisam tomar propriedade desse debate, para que a democracia brasileira não seja, mais um instrumento das oligarquias e dos empresários que historicamente utilizam da gestão pública para manter os seus interesses de mercado. É difícil avançar, tendo que conviver com um modelo de democracia vacilante e submissa ao poder economico. É difícil chegarmos a novos patamares se ainda predomina uma cultura política conservadora e paternalista. Entretanto, só vamos encontrar a solução para esses novos desafios através da mobilização popular.

As organizações sindicais, os movimentos comunitários, as mulheres, a juventude e os movimentos de negros e negras precisam formular opiniões sobre o fortalecimento dos partidos políticos e do financiamento público de campanha para que possamos acabar com certas práticas eleitorais que somente favorecem uma elite e que faz da gestão pública um instrumento para a manutenção dos interesses particulares. Para a democracia avançar é preciso que os partidos políticos se fortaleçam e que seus programas sejam respeitados e não reduzidos apenas a legendas eleitorais.

E é diante disso que os movimentos sociais precisam responder aos novos estímulos e orientar os rumos do debate sobre a reforma política brasileira, com o intuito de escrever um novo projeto nacional de desenvolvimento para país. Os movimentos não podem estagnar no tempo e no espaço, nem ficar presos as bandeiras do passado, é preciso renovar a luta e avançar na política. Em outras palavras, vamos democratizar a democracia e fazer com que haja de fato, um modelo de representação democrática que contemple os trabalhadores, as mulheres, os jovens, os negros, os índígenas e outras minorias. É dessa democracia que o país precisa.

domingo, 18 de dezembro de 2011

RESOLUÇÃO DA I PLENÁRIA DE JOVENS TRABALHADORES DA CTB


Somos jovens, e vemos preocupados a crise capitalista avançar pelo planeta. O Brasil deve enfrentá-la com uma aposta em seu povo e juventude, fortalecendo o mercado interno, a integração latino-americana e com os países do Sul. Avançar na Educação, combater o desemprego juvenil, apoiar o campo, investir nas periferias e zonas rurais dependem de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que valorize o trabalho. Não nos contentamos em disputar a periferia do orçamento, é preciso romper com a ditadura do capital financeiro e dos barões da mídia: reduzir os juros e o superávit primário, defender-nos contra a especulação cambial e democratizar a mídia.

Tais são as causas estruturais de uma realidade inaceitável, em que a juventude compõe a maioria da PEA e vive os piores indicadores sociais, vítima da precarização do trabalho, da terceirização, do desemprego endêmico. É preciso assegurar os direitos da juventude ingressar qualificada no mercado de trabalho e seguir a estudar para que ela seja a fortaleza de nosso projeto nacional soberano.

Isso significa defender milhões de jovens pobres expulsos dos bancos de escola porque precisam trabalhar e enfrentar jornadas extensas. Jovens que assumem os cuidados e o sustento das suas famílias (em especial as mulheres), sobretudo nas periferias e no campo, sem qualquer apoio do Estado, privados pela necessidade do direito de decidir o seu futuro.

Por isso solidarizamo-nos com os(as) jovens que ocupam as praças no mundo árabe, na Europa, e nos Estados Unidos, contra a crise capitalista, que cobra dos trabalhadores(as) o preço da orgia financeira. Denunciamos as manobras do imperialismo, cuja repressão e a infiltração, apoiados pela imprensa oligopolista, e através da guerra quer impedir os povos de decidir seus destinos.

Essa luta ganha expressão em nosso país com o #OcupeBrasília na Esplanada dos Ministérios, mobilizado pela UNE, a UBES e a ANPG, e que conta com nosso apoio. Também lutamos pela aprovação do Estatuto da Juventude, por um novo Plano Nacional de Educação com 10% do PIB para a área, e pelo PL dos 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, Ciência e Tecnologia. Cada centavo para o povo é um a menos a alimentar o rentismo parasita.

O caminho é a mobilização e a pressão política:

Aprofundar as mudanças exige enfrentar interesses e precisa de participação e mobilização. É decisiva a luta nas praças, ruas e locais de trabalho, como nas greves, uma pressão fundamental para não nos determos na democracia participativa. Como vimos no lançamento e na abertura da 2ª Conferência Nacional de Juventude, a representação da sociedade civil se resumiu a um membro do Conselho Nacional, ignorando as maiores organizações brasileiras, e sinalizando para o lugar que caberia à juventude na Conferência.

Apesar disso, a mobilização, a autonomia e a amplitude da juventude se impuseram, exigindo que as políticas públicas sejam pra valer, o que se expressa no orçamento. Saudamos as resoluções adotadas que, na maioria dos casos, são sinais de protagonismo, ousadia e unidade por aprofundar as mudanças. Será preciso muita luta para torná-las realidade!

Lutaremos pela Agenda Nacional do Trabalho Decente, para os(as) jovens integrarem educação e trabalho na sua vida, para o que o ensino técnico, articulado à educação formal, é indispensável. Lutaremos por investimento no campo e nas periferias. Somamo-nos às críticas contra a inoperância desde a I Conferência quanto ao extermínio da juventude negra. Lutamos por uma política de cultura para a juventude que assegure a meia para os estudantes, o vale-cultura para os trabalhadores e medidas ainda mais atrativas para a juventude que está fora do trabalho e da escola, e além disso, a juventude não quer apenas consumir cultura, como mostraram os Pontos de Cultura, que possibilitam o protagonismo da juventude e o acesso do campo e das periferias. E somos parte da grande unidade construída pela aprovação do Estatuto da Juventude.

A juventude trabalhadora exige condições iguais de salário e trabalho - em especial para as mulheres -, e o direito à participação no movimento sindical, ameaçado pelas patronais que visam a intimidar ou cooptar a juventude. Consideramos a luta das mulheres pelo empoderamento, contra o machismo e a violência uma dimensão fundamental da luta da juventude trabalhadora. Nosso coletivo passa a ter uma responsável para essa importante luta, que passa pelo próprio movimento sindical assegurar espaços para as crianças nas atividades deliberativas, para não reproduzir a exclusão feminina pela dupla ou tripla jornada.

Juventude da CTB convoca seu II Encontro Nacional para abril de 2013:

A Juventude da CTB fortaleceu sua rede em 2011, e nesse caminho convoca seu 2º Encontro Nacional para abril de 2013. Pedimos ao movimento classista da CTB um apoio simples e concreto:
a) Criar a Secretaria de Jovens nos sindicatos e nas direções estaduais com vacância;
b) Encaminhar os contatos de jovens para a juventude da CTB;
c) Apoiar política e financeiramente os coletivos estaduais e nacional favorecendo a interação sindical juvenil dos estados.

Saudamos o ingresso das FETAG de Sergipe, São Paulo e Acre na CTB, e convidamos a juventude rural a ampliar sua força e integração na CTB. Também é nossa a luta por educação no campo, crédito, assistência técnica, acesso à terra, à cultura, ao lazer e ao esporte no campo. O Brasil precisa da sucessão rural e da modernização do campo, com reforma agrária, integração das diferentes formas de propriedade, respeito ao meio ambiente e valorização do trabalho assalariado no campo. São bandeiras da nossa soberania alimentar e nacional, contra os interesses do imperialismo, que cobiça a Amazônia e quer travar o desenvolvimento do Brasil.

Estamos fortalecidos para impulsionar a juventude trabalhadora no movimento sindical como espaço intergeracional que mescla experiência e renovação, ainda que seja a renovação o principal desafio dos experientes. A juventude é um caminho necessário para a CTB crescer ainda mais e ser referência para essa parcela com inegável representatividade. A burguesia disputa a juventude. O movimento sindical não pode vacilar em atrair milhões para a vocação da juventude trabalhadora: mudar o Brasil a favor das maiorias, para um futuro de democracia e direitos, um futuro socialista!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Pernambucana Manuela Braga é Eleita Nova Presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES).



Terminou neste domingo (4) o 39º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), que reuniu em São Paulo cerca de cinco mil estudantes do ensino fundamental, médio,profissionalizante e pré-vestibular de todos os estados do país. O encontro elegeu a pernambucana Manuela Braga, de 19 anos, — aluna do curso técnico de Saneamento Ambiental no Instituto Federal de Ensino de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) — a nova presidente da entidade.


Manuela, que vive no Recife, terá agora o desafio de percorrer as escolas de todo o país, conhecendo os problemas de cada grêmio e debatendo soluções para a educação brasileira.

Participaram da votação 1.561 delegados, escolhidos em eleições realizadas em escolas de todo o país. A chapa que elegeu Manuela, “Movimento estudantil unificado pelas mudanças do Brasil”, teve 1.288 votos,correspondendo a 82,5% do total. O outro candidato à presidente da UBES foi Gladson Reis, de Belo Horizonte, representando a chapa “Rebele-se: A Ubes é para lutar”, que teve 273 votos — 17,5% do total.

Considerado o mais importante encontro do movimento estudantil brasileiro, ao lado do Congresso da UNE, o Congresso da UBES definiu os rumos do movimento estudantil secundarista para os próximos dois anos. Com o tema “Todos juntos por uma educação do tamanho do Brasil”, o encontro serviu também para convocar a manifestação #OcupeBrasília, um acampamento dos jovens na Esplanada dos Ministérios, a partir dessa segunda-feira (5), em defesa da aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) com 10% do PIB investidos nesse setor.

Manuela:

A nova presidente da UBES terá a partir de agora que conciliar as aulas, livros e provas com a missão de representar os milhões de estudantes brasileiros do ensino fundamental,médio, técnico e pré-vestibular.

Ao que parece, não será uma tarefa fácil. Nos bastidores do Congresso que a elegeu, visivelmente emocionada, Manuela deixou escapar que também está com a cabeça nas aulas de biotecnologia. É certo que nada parece ter sido muito fácil na história de vida dessa jovem nordestina, cuja mãe veio da pequena Nazaré, no interior do Piauí, e o pai de Vicência, no sertão pernambucano. Militante da União da Juventude Socialista (UJS), antes de se tornar presidente da Ubes, ela presidiu a União Metropolitana de Estudantes Secundaristas do Recife e foi líder do grêmio de sua escola técnica.

Comunicativa e animada, torcedora do Sport Clube Recife, fã de forró, MPB e até funk carioca, guarda carinho também pelo teatro e pelo cinema. Na literatura, seu livro favorito é “A Hora da Estrela”, cânone de Clarice Lispector. Curiosamente, o romance conta a vida de outra jovem nordestina, Macabéa, com origens familiares pobres nos rincões do Brasil. No entanto, ao contrário da personagem lispectoriana, cuja triste trajetória é marcada pela exclusão social, pela opressão e o esquecimento no sudeste, Manuela ganha o centro das atenções no debate público do país, tendo muito a falar e disposta a mudar a realidade:

“Sempre me incomodei em conhecer estudantes pobres que não assistiam aula por não ter dinheiro para o transporte, sempre me incomodei em conhecer alunos do turno da noite que não possuíam dinheiro para a alimentação. Essa ainda é a realidade de muitos, não somente no nordeste, mas em todo o país”, afirma.

Como principais objetivos de sua gestão Manuela elenca a ampliação do ensino técnico e de projetos como o Pronatec, a reforma do ensino médio aliando a educação propedêutica à aprendizagem profissional, o aumento de investimentos na escola pública, a conquista federal da meia-entrada e do passe-livre para estudantes de todos os estados e o fortalecimento das políticas públicas para a juventude no país.

Além disso, espera ver o movimento estudantil secundarista ainda mais antenado com outras pautas como o meio ambiente, assunto que gosta e domina, e o preconceito contra as mulheres. “Conheço muitas meninas, dentro das escolas desse país, que têm sonhos, inteligência e muita capacidade de participar dos grêmios, da UBES, mas sofrem preconceitos e repressão de todos os tipos.São mal vistas pelos colegas, pela família, pela sociedade que não compreende uma mulher nova e livre, com participação política, poder e voz. Isso precisa mudar”, enfatiza, em um tom que soa como um convite a todas as potenciais jovens Macabéas do Brasil a se tornarem protagonistas na mudança do roteiro de suas vidas e da nação.

Com informações da assessoria de imprensa da UBES.
FONTE: VERMELHO.