sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Publicação Destaca Violações Sofridas por Jovens de Recife (PE).

Por Karol Assunção.

Resistência à violência: construção social da juventude como sujeito de direitos. Esse é o título da nova edição do Caderno de Educação para Cidadania, lançado nesta sexta-feira (11) em Recife (PE), no Nordeste do Brasil, pelo Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop).

A publicação, além de destacar as violações sofridas pela população jovem que mora na Região Metropolitana do Recife e entorno, apresenta artigos de especialistas nas áreas de Direitos Humanos, Direito à Cidade, Juventude e Movimentos sociais.

Ninguém melhor do que a própria juventude para relatar as violações e violências sofridas por ela. Nesse sentido, para a elaboração do documento, foram ouvidos depoimentos e impressões dos próprios jovens. Juliana Cecília de Carvalho, integrante da equipe de organização do documento, revela que, durante um ano, o grupo realizou encontros, oficinas pedagógicas e rodas de diálogos com os jovens para discutir as questões de violações a seus direitos.

A maioria dos participantes, segundo a integrante da organização, era de baixa renda, tinha entre 14 e 29 anos e ensino médio incompleto. Assim, os/as jovens relataram violências como abordagem e corrupção policial, falta de políticas públicas para a juventude, atendimento precário nos serviços médicos, postos de saúde dos bairros sem atendimento específico para a demanda - como medicamentos anticoncepcionais e preservativos, e precariedade dos espaços públicos de lazer.

Para Juliana, além da própria sistematização das informações de violências sofridas por esses jovens, a construção do documento foi importante para os próprios jovens se perceberem como sujeitos e reivindicarem seus direitos. "Foi importante para poder identificar as violações e quando os jovens se percebem como sujeitos, destacar o empoderamento da juventude e o jovem perceber que [a situação de violência] não é normal e [seu direito] precisa ser reivindicado”, aponta.

Justamente por conta disso, a elaboração do Caderno não se resumiu apenas à coleta de depoimentos. "Para além da publicação, nós realizamos formações, as temáticas foram discutidas com mais profundidade”, acrescenta.

Juliana ainda aponta a importância de os jovens participarem de ações e ocuparem espaços como conselhos e conferências para que possam "gritar” suas demandas e necessidades. "Nós atuamos em bairros com elevado índice de criminalidade e é importante [a juventude] perceber que é possível fazer outras atividades nos bairros [que não envolvam a criminalidade]”, destaca.

Fonte: Adital Jovem.
Gajop: http://www.gajop.org.br/index.php

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